No último domingo, 21, foi aprovado na Suíça em referendo, por 58,2%, o abandono progressivo da energia nuclear até 2050 e a sua substituição por energias renováveis
A decisão aprovada em referendo no fim de semana passado é o resultado de um longo processo desencadeado após o acidente nuclear de Fukushima em 2011 no Japão. No documento, a Suíça compromete-se a abandonar o uso de energia nuclear até 2034.
Para isso foi elaborado um projeto, apoiado por quatro partidos - PDC (democrata-cristão), PLR (liberal), PS e Verdes- denominado de a 'Estratégia Energética Dois Mil e Cinquenta'.
Nele prevê-se um processo de abandono progressivo do nuclear até 2050 e a promoção das energias renováveis: a hidráulica, a solar, a geotérmica e a biomassa. Atualmente o país tem cinco reatores nucleares que produzem em média 39% do volume de eletricidade, podendo atingir 45% nos picos de gasto durante o inverno.
No documento também estão previstos o aumento da fatura energética paga por cada família, fixando valores indicativos de consumo energético médio por pessoa e por ano, prevendo uma redução do consumo em 16% até 2020 e de 43% até 2035.
O projeto proíbe também a construção de novas centrais nucleares, podendo as centrais existentes continuar a funcionar enquanto mantiverem [alguma] segurança.
A oposição do partido de extrema-direita UDC, que solicitou e perdeu o referendo, considera que a aplicação desse projeto acarreta custos elevados, algo em torno de 200 bilhões de francos suíços (183 bilhões de euros) até 2050 e 3.200 francos suíços (2900 euros) por cada família de quatro pessoas, e põe em cheque o abastecimento energético do país, desfigurando sua paisagem com a multiplicação das eólicas e dos painéis solares.
Os autores do documento contestam os números da UDC, afirmando que uma família de quatro pessoas, com um consumo de eletricidade médio, pagará algo perto de 40 francos suíços (36,5 euro) por ano com essa medida.
A participação no referendo foi de 42,3%, número que corresponde a média da participação da população suíça nos últimos chamamentos realizados. Por ano, costumam realizar-se de três a quatro referendos no país.
Fonte: Bloomberg