Depois de dar muita dor de cabeça e pano para mangas, o 66º Leilão de Biodiesel está - finalmente - voltando aos eixos. Encerrado às 16h20, o processo negociou um pouco menos de 927,4 milhões de litros de biodiesel que serão usados pelas distribuidoras para atender ao mercado obrigatório durante o terceiro bimestre.
Embora esse resultado final tenha ficado aquém dos 950 milhões dos litros que BiodieselBR.com havia antecipado inicialmente - a projeção foi corrigida para 930 milhões de litros -, ele está longe do desastre que havia se insinuado nessa segunda-feira (08) depois que a Etapa 3 foi encerrada com preocupantes 809,8 milhões de litros comprados.
Dos 1,09 bilhão de litros que as usinas colocaram a venda na Etapa 2, ainda sobraram 165,5 milhões de litros para venda no mercado autorizativo e para o compor os estoques reguladores. Se não houver mais nenhum contratempo, o L66 deverá ser encerrado na próxima segunda-feira (15).
Maior Etapa 5
Depois de mais um adiamento na terça, dessa vez por conta das chuvas intensas registradas no Rio de Janeiro. A segunda rodada de compras das distribuidoras terminou com a aquisição de um pouco mais de 117,5 milhões de litros de biodiesel; um volume que faz desta a maior Etapa 5 entre todos os leilões bimestrais.
O recorde pertencia ao L41. Nele, as compras durante a Etapa 5 passaram de 113,4 milhões de litros.
O número robusto apurado hoje representa 12,7% do volume total negociado no L66. A última vez em que uma Etapa 5 teve um peso tão grande no resultado de um leilão de biodiesel foi no L53 quando 13,8% das compras aconteceram nessa fase
Esse é o terceiro certame em sequência onde a Etapa 5 aumenta seu espaço. No L63, a Etapa 5 movimentou somente 2,3% do biodiesel negociado no processo. Desde então, a situação vem se invertendo.
Em queda
O faturamento das usinas o L66 teve outra queda. A terceira seguida. No total, o L66 movimentou R$ 2,14 bilhões. O valor é 6,9% menor que o apurado no L65 e o menor dos últimos sete bimestres - o que cobre todos o período de vigência do B10.
Vale lembrar que ao menos uma parte dessa contração foi causada pela prorrogação da Etapa 2 do processo determinada pela ANP e realizada na última sexta-feira (05). Pressionadas, as usinas baixaram em cerca de 1% os valores que haviam pedido inicialmente por seu produto.
No fim, as distribuidoras pagaram, em média, R$ 2.312,06 por cada metro cúbico de biodiesel que adquiriram. No bimestre passado o valor havia ficado em R$ 2.358,31.
Destaques
- As distribuidoras adquiriram 927,3 milhões de litros de biodiesel no L66;
- Na Etapa 3 foram 809,8 milhões de litros complementados por mais 117,5 milhões de litros hoje;
- Com esse resultado, sobraram 165,5 milhões de litros das ofertas das usinas na Etapa 2;
- Em média, o metro cúbico custará R$ 2.312,06 às distribuidoras;
- A movimentação financeira total do L66 é de R$ 2,14 bilhões;
- Das 40 usinas habilitadas, 12 venderam completamente suas ofertas respondendo por 35,2% das vendas;
- Sete usinas venderam toda a capacidade instalada bimestral;
- Com 57,5 milhões de litros comercializados, a Granol de Anápolis ficou em primeiro lugar entre as usinas podendo faturar até R$ 137,2 milhões;
- Curiosamente, com um encalhe de 22,4 milhões de litros, a Granol de Anápolis também foi a usina com o maior volume não arremato;
- A BSBios foi o grupo empresarial do setor que mais vendeu com 95 milhões de litros arrematados por um total de R$ 215,5 milhões;
- A PBio de Candeias teve o produto mais caro e receberá R$ 2.501,44 por cada m³, cerca de 9,4% cima da média;
- Já produto mais barato, custando R$ 2.206,00, era da Caibiense;
- Bio Óleo e Cooperfeliz não encontraram compradores para os, respectivamente, 2 milhões e 400 mil litros que ofertaram;
- O Rio Grande do Sul foi o estado que mais vendeu biodiesel com 246,8 milhões de litros;
O resultado completo do Leilão 66 pode ser conferido
clicando aqui.
Fonte:
BiodieselBR