Documento analisa o desenvolvimento de sistemas de transportes sustentáveis ??e acessíveis para os próximos anos
O relatório divulgado recentemente sobre o International Transport Forum 2017, ITF, realizado pela
Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), fornece uma visão geral das tendências recentes e de curto prazo no setor dos transportes a nível mundial e apresenta projeções até 2050, com a demanda por mercadorias e passageiros, bem como suas emissões de dióxido de carbono, em todos os modais.
O documento examina o impacto que as mudanças políticas, econômicas e tecnológicas desde 2015, e o estabelecimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, tem sobre o futuro da mobilidade. Os dados mostram que, apesar dos avanços tecnológicos esperados, as emissões de dióxido de carbono provenientes do transporte podem aumentar 60 por cento até 2050.
Sem novas medidas, as emissões globais de transporte de mercadorias podem aumentar em 160 por cento em um cenário que, com base em projeções da OCDE sobre o comércio, os volumes de transporte de cargas triplicaria. Grande parte desse aumento seria proveniente da utilização do transporte terrestre em distâncias curtas e em regiões que carecem de ligações ferroviárias, como o sudeste da Ásia.
Melhorar rotas, desenvolver veículos e instalações de armazenamento para conseguir maiores taxas de ocupação e viagens mais eficientes, seriam as alternativas para reduzir as emissões de dióxido de carbono em até um terço dos volumes provenientes do tráfego rodoviário.
Já no tráfego aéreo, as previsões apontam para um aumento do número de passageiros, ao longo dos próximos quinze anos, entre 3 e 6 por cento ao ano, podendo alcançar até 10 por cento nas rotas asiáticas. As emissões de dióxido de carbono ligadas a essa modalidade, podem aumentar cerca de 56 por cento entre 2015 e 2030, mesmo que se garanta uma melhora na eficiência do combustível.
Rodovias
Para a mobilidade urbana, o relatório prevê que os veículos "dobrem" entre 2015 e 2050. Seriam 41 por cento em 2030 e 94 em 2050. A aquisição de carros particulares continuará a crescer fortemente nas regiões em desenvolvimento, já nas economias desenvolvidas nota-se um decréscimo.
Com incentivos aos transportes públicos, sob diferentes cenários políticos, as frotas deverão atingir níveis semelhantes, com uma quota de ônibus representando mais de 50 por cento da demanda total.
A redução das emissões de mobilidade urbana deverão buscar mais do que melhores tecnologias. São políticas específicas destinadas a mudar o comportamento, tais como impostos sobre combustível, reduzir taxas de frete ou regulamentos de uso da terra que limitem a expansão urbana.
Cúpula do clima
O Acordo do Clima, firmado em dezembro de 2016 em Paris, vai exigir políticas e medidas que mantenham as emissões em seus níveis de 2015. O setor de transportes necessita de uma mudança para opções sustentáveis ??e eficientes.
Assim, seria possível limitar o aquecimento global a dois graus acima dos níveis pré-industriais, de acordo com os cenários da Agência Internacional de Energia, mas não os 1,5 graus almejados no Acordo.
Inovações como a mobilidade elétrica, biocombustíveis, veículos autônomos ou transporte compartilhado poderiam mudar radicalmente os padrões de mobilidade, especialmente nas grandes cidades, contribuindo para a redução da pegada de dióxido de carbono do setor.
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Fonte: Vialibre com adaptações Aprobio