A soja continua dando um forte impulso às contas do país. As receitas externas vindas do complexo soja, que incluem as exportações de soja em grão, farelo e óleo, deverão beirar o recorde US$ 38 bilhões (R$ 158 bilhões) neste ano.
Até agosto, já somam US$ 31 bilhões (R$ 129 bilhões), conforme os dados mais recentes da Secex (Secretaria de Comércio Exterior).
O país foi beneficiado neste ano pela desvalorização do real, pelo volume disponível para as vendas eternas e pela preferência chinesa pelo produto brasileiro.
O apetite chinês colocou a commodity nacional com um ágio em relação aos preços praticados em Chicago.
Os brasileiros foram beneficiados até no farelo, um produto derivado da soja e que o Brasil não é tão competitivo como a Argentina.
Fortes nas exportações de farelo, os argentinos tiveram uma quebra de 20 milhões de toneladas na produção de soja deste ano. Faltou matéria-prima para a produção do farelo.
Nos oito primeiros meses deste, o Brasil já exportou 65 milhões de toneladas de soja e 12 milhões de farelo. Pelo menos 78% das exportações brasileiras do grão foram para o país asiático.
Esse conjunto de fatores a favor do Brasil fez com que, mesmo com queda dos preços internacionais, a soja trouxesse receitas líquidas para os produtores brasileiros.
Diante desse cenário de liquidez, e apesar do aumento de custos de produção e do frete, os produtores vão continuar apostando nessa commodity.
Nos cálculos da consultoria Céleres, o Brasil deverá expandir a área de plantio com a oleaginosa em 1,1 milhão de hectares, para o recorde de 36 milhões na afra 2018/19.
A produção, mantido o mesmo cenário de produtividade dos últimos 15 anos, sobe para 120 milhões de toneladas.
Rentabilidade obtida em 2017/18, a safra que se encerrou, e perspectiva favorável para as margens em 2018/19, a safra que terá início de plantio nas próximas semanas, levam os produtores para essa expansão, segundo os analistas da Céleres.
Grãos em São Paulo A área ocupada com grãos neste ano aumentou 4,6% em relação ao anterior. Devido à falta de chuva, porém a produtividade teve recuo de 2,5%.
Produção Com isso, a produção do estado recuou 1,9%, segundo o IEA (Instituto de Economia Agrícola). Já a soja teve evoluções de 5,7% na área e de 6% na produção.
Fonte: Folha de S.Paulo