Nesta quarta-feira (27/11), o Ministério de Minas e Energia (MME) promoveu mais um workshop da série “Próximos Passos: Combustível do Futuro e Novas Políticas do Setor de Óleo e Gás”, com foco no Combustível Sustentável de Aviação (SAF, na sigla em inglês) e no Diesel Verde. Durante o evento, especialistas, representantes da indústria e técnicos discutiram as regulamentações e metas previstas na Lei do Combustível do Futuro (14.993/24), que visam fortalecer a transição energética no setor de transportes.
O secretário Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do MME, Pietro Mendes, destacou o protagonismo brasileiro no surgimento de uma nova indústria. “O Brasil voltou a ter um protagonismo muito grande em eventos internacionais nos últimos dois anos. E em todas essas reuniões, especialmente na COP e no G20, sempre vem à tona como o Brasil está desenvolvendo sua indústria de combustível sustentável de aviação. É notório para o mundo que o Brasil pode se tornar o maior fornecedor de SAF para todo o planeta”, afirmou.
O evento destacou o papel do SAF na descarbonização do setor aéreo. Entre os tópicos abordados, estiveram os requisitos para a regulamentação e operacionalização do mandato e os critérios para implementação do modelo Book & Claim, que permite a utilização eficiente do combustível em locais estratégicos enquanto os créditos ambientais são transferidos para companhias aéreas em outras regiões. A iniciativa, além de reduzir custos logísticos, potencializa os benefícios ambientais e econômicos da política.
Nos painéis da manhã, participaram representantes do Ministério de Portos e Aeroportos (MPOR), Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Azul Linhas Aéreas, Rede Brasileira de Bioquerosene e Hidrocarbonetos Sustentáveis para Aviação (RBQAV), Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), Petrobras, Acelen e Grupo Ultra.
Outro ponto de discussão foi o mandato volumétrico para o diesel verde. Especialistas debateram as condições necessárias para definir a meta nacional, considerando a logística, oferta e competitividade. A regulamentação desse combustível, que é produzido em biorrefinarias e pode substituir o diesel fóssil sem necessidade de adaptações nos motores, é essencial para a integração de soluções mais sustentáveis na matriz energética.
À tarde, participaram do workshop representantes da International Air Transport Association (IATA), RSB, Petrobras, Gol Linhas Aéreas, Vibra, Unicamp, Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Be8 e Neste.
Encerrando o evento, foram apresentadas projeções de oferta de SAF e diesel verde, destacando os avanços tecnológicos e os investimentos necessários para atender à crescente demanda por combustíveis sustentáveis. O debate reforçou a importância do alinhamento entre setor público e privado para a construção de um futuro energético mais limpo e competitivo.
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