A produção de biocombustíveis no Brasil bateu recorde em 2023. Tanto a fabricação de etanol como a de biodiesel foram as maiores da história, somando quase 43 bilhões de litros produzidos.
O país aumentou em 15,5% a sua fabricação de etanol em 2023. Atingiu pela 1ª vez os 35,4 bilhões de litros, superando o recorde anterior, de 2019. Do total, 60% do etanol produzido foi hidratado, que é vendido separadamente nos postos. E 40% foi do tipo anidro, que é misturado à gasolina.
Já no caso do biodiesel, biocombustível que é misturado ao óleo diesel, a produção registrou um aumento de 20%, alcançando 7,5 bilhões de litros. Também foi o maior volume da história. O recorde anterior era de 6,7 bilhões de litros em 2021.
Os dados são do Anuário Estatístico Brasileiro do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis 2024, da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis).
Há pelo menos 2 grandes fatores que explicam a alta produtividade:
-super safras de soja e de cana-de-açúcar nos ciclos 2022/2023 e 2023/2024, principais matérias-primas para o biodiesel e o etanol brasileiro, respectivamente;
-fator demanda, com aumento do consumo de biocombustíveis no mercado nacional.
No caso do biodiesel, a demanda foi impulsionada pela decisão do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de elevar a mistura no diesel, que subiu de 10% para 12% no início de 2023. A adição foi novamente ampliada em 2024, para 14%, o que segue estimulando a produção nas usinas neste ano.
A produção no campo também ajudou. A safra 2022/2023, encerrada em meados do ano passado, teve mais de 150 milhões de toneladas de soja colhidas. No Brasil, quase 70% do biodiesel é produzido a partir do óleo de soja, produzido a partir do esmagamento do grão.
No caso da cana-de-açúcar, a produção na safra 2023/2024 encerrou com 654,43 milhões de toneladas processadas nos principais polos produtores, um recorde histórico que aumentou a oferta de etanol.
No mercado, o etanol registrou maior procura de motoristas ao longo de 2023 para fugir das altas da gasolina. O combustível fóssil ficou 9% mais caro no ano passado, enquanto o etanol hidratado barateou 14,7%. A produção do etanol anidro, que é misturado na gasolina, também aumentou.
Produção por estado
Em 2023, São Paulo respondeu por 38,9% de todo o etanol fabricado no país, com 13,7 bilhões de litros.
Na sequência, aparecem os Estados do Centro-Oeste: Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
Por região, o Sudeste também é líder absoluto na produção de etanol, com 17,1 bilhões de litros. O Centro-Oeste vem em 2º, com 14,7 bilhões. Os demais têm produção reduzida na comparação total.
Já a produção do biodiesel está concentrada nas regiões Sul e Centro-Oeste.
Apesar da alta, o segmento ainda vê espaço para crescer. A produção de 2023 correspondeu a 52% da capacidade atual.
Mantendo a estrutura que tem hoje, o setor estima que conseguirá atender o novo percentual de mistura de 20% no diesel, proposto no PL Combustível do Futuro para ser implementado até 2030, sem a necessidade de ampliação do parque produtor.
Ao analisar por Estados, a produção de biodiesel está concentrada nos grandes polos produtores de soja, como Rio Grande do Sul, Mato Grosso e Goiás.
Fonte: Poder 360
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