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17 mai 2021 - 16:00
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Presidentes explicam porque a manutenção do B10 é ruim para o País

No momento, o setor de biodiesel não anda particularmente satisfeito com o governo federal. Depois de ter amargado um bimestre inteiro com a mistura reduzida em três pontos percentuais – o que reduziu as vendas no L79 em aproximadamente 200 mil m³ –, na noite dessa última quarta-feira (12) o secretário do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis Ministério de Minas e Energia (MME), José Mauro Ferreira Coelho, informou os fabricantes que a redução será mantida por outros dois meses.


Mais uma vez, o governo justificou o corte com base na possibilidade de que a adição de biodiesel viesse a pressionar ainda mais os preços do óleo diesel nos postos de combustível. As cotações do óleo de soja – principal matéria-prima do biodiesel – tem se mantido em patamares bastante elevados. Na Bolsa de Chicago, o óleo de soja com entrega no mês de julho fechou o pregão desta quinta-feira valendo US$ 0,6578 por libra – o equivalente a US$ 1.450,20 por tonelada.


Do começo do ano até agora, os contratos para o mês de julho se valorizaram perto de 61%.


Preço do diesel


O valor do óleo diesel se tornou uma fonte de preocupação constante para o governo que tenta apaziguar grupos de caminhoneiros insatisfeitos com as altas seguidas nos preços dos combustíveis.


Para afastar o risco de uma greve como a de 2018 – e evitar mais desgastes com um dos eleitorado-chave do presidente Bolsonaro – o governo adotou diversas medidas, entre as quais zerar impostos sobre o diesel e mudanças no comando da Petrobras. O corte da mistura de biodiesel faz parte desse contexto.


{viewonly=registered,special}No momento, o setor de biodiesel não anda particularmente satisfeito com o governo federal. Depois de ter amargado um bimestre inteiro com a mistura reduzida em três pontos percentuais – o que reduziu as vendas no L79 em aproximadamente 200 mil m³ –, na noite dessa última quarta-feira (12) o secretário do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis Ministério de Minas e Energia (MME), José Mauro Ferreira Coelho, informou os fabricantes que a redução será mantida por outros dois meses.


Mais uma vez, o governo justificou o corte com base na possibilidade de que a adição de biodiesel viesse a pressionar ainda mais os preços do óleo diesel nos postos de combustível. As cotações do óleo de soja – principal matéria-prima do biodiesel – tem se mantido em patamares bastante elevados. Na Bolsa de Chicago, o óleo de soja com entrega no mês de julho fechou o pregão desta quinta-feira valendo US$ 0,6578 por libra – o equivalente a US$ 1.450,20 por tonelada.


Do começo do ano até agora, os contratos para o mês de julho se valorizaram perto de 61%.


Preço do diesel


O valor do óleo diesel se tornou uma fonte de preocupação constante para o governo que tenta apaziguar grupos de caminhoneiros insatisfeitos com as altas seguidas nos preços dos combustíveis.


Para afastar o risco de uma greve como a de 2018 – e evitar mais desgastes com um dos eleitorado-chave do presidente Bolsonaro – o governo adotou diversas medidas, entre as quais zerar impostos sobre o diesel e mudanças no comando da Petrobras. O corte da mistura de biodiesel faz parte desse contexto.


Surpresa


Em nota distribuída à imprensa, a Associação dos Produtores de Biocombustíveis do Brasil (Aprobio) se declarou “surpresa” com o anúncio feito pelo governo e reclamou que a cadeia do biodiesel acaba sendo a única penalizada por uma condição macroeconômica que impacta os preços dos combustíveis. “A sensação do setor é que ele está sendo preterido em favor de outros agentes da economia”, reclamou a entidade.


A manutenção do B10 contradisse uma nota conjunta editada pelo MME e pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) que sinalizava para a volta ao B13 no L80. Essa informação chegou a ser reiterada pelo MME.


Em conversa com a reportagem de BiodieselBR.com, o presidente da Aprobio, Erasmo Battistella, ressaltou que o corte da mistura não está alinhado a outras políticas governamentais. “Essa redução está em desalinho com o RenovaBio e o Combustível do Futuro”, pontuou destacando que se trata mais de uma questão de vontade política. “Temos todas as condições de retomar o B13 no Leilão 81. Só depende de uma decisão política”, complementou.


A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) também protestou contra a “quebra de compromisso” do governo com os fabricantes e lamentou o que qualificou como “mais uma intervenção no mercado”. Para o presidente-executivo da entidade, André Nassar, a maior surpresa vem da falta de um direcionamento mais claro de longo prazo. “O governo parece estar decidindo sobre a mistura de leilão em leilão”, reclama.


Foco no curto prazo


Para a Abiove, os reflexos da decisão de manter o B10 vão vem além do setor de biodiesel. A indústria de processamento de grãos também deverá ser “severamente prejudicada” com consequências negativas para “a cadeia de alimentos” e “aumento nos custos para produção de carne de frango e de porco”. “As consequências de um menor esmagamento de soja só aparecerão no futuro e [o governo] resolveu garantir o presente”, avalia André Nassar.


Duas semanas atrás, as principais entidades do setor apresentaram ao MME e ao MAPA um estudo da GO Associados que quantifica as consequências negativas da redução da mistura. De acordo com o relatório, só a redução da mistura no atual bimestre já custou aproximadamente R$ 8 bilhões ao PIB.


Na leitura do representante da Abiove, a chance de que o B13 volte é relativamente pequena. “Para mim está claro que o governo não aceita nenhum aumento no diesel por causa do biodiesel. Isso está descartado. O governo não está sensível à capacidade ociosa da indústria, ele considera essa uma questão menos relevante do que o preço do diesel”, critica.


Viabilizar uma retomada da mistura no curto prazo exigiria um alinhamento de múltiplos fatores como o preço do diesel, do óleo vegetal e o câmbio. “Claro que o mercado pode mudar caso o petróleo suba ou o câmbio caia de uma forma mais intensa. Mas a impressão que eu tenho é que o governo está apostando que não vai ter mudança nos próximos meses”, avalia André acrescentando que, mesmo assim, o setor “não pode jogar a toalha”. “A gente precisa mirar o L81 e começar a trabalhar agora. O caminho é político e temos que trazer a discussão para o campo da própria viabilidade da indústria de biodiesel porque podemos entrar num cenário parecido com o da indústria de etanol em que as usinas perderam viabilidade financeira”, prossegue.


Para Erasmo também é preciso reforçar a mensagem das externalidades positivas do biodiesel. “O setor tem externalidade positivas ambientais, sociais e macroeconômicas sobre o diesel”, diz apontando que o biodiesel é um substituto do diesel importado. “O Brasil está em uma batalha para recuperar sua economia. Temos que gerar empregos para os brasileiros. Importar diesel é uma transferência de renda e empregos para outros países”, reclama.


Fuga da soja


Outro risco de manter por mais um bimestre B10 também é a chance de que, mais para frente não tenhamos mais a matéria-prima necessária para uma retomada. Algo similar já aconteceu no ano passado, quando as esmagadoras – acreditando que pandemia do novo coronavírus teria um efeito mais duradouro sobre a demanda de diesel – acabaram exportando mais soja em óleo do que deveriam. Ou seja, o B10 pode acabar se tornando uma armadilha.


Embora reconheça similaridades entre o cenário do ano passado e o atual, Erasmo considera que “há outras variáveis” em jogo. “Ainda temos um grande volume de soja disponível. Mas precisamos de uma sinalização para que as empresas mantenham seus estoques. Não tem razão para elas segurarem a soja aqui se não tiver mercado”, pondera.


“Há uma dúvida enorme [entre os esmagadores] sobre carregar a soja para o segundo semestre ou não. Fabricar biodiesel virou uma variável de alto risco”, resume André.


Confluência


Essa nova turbulência conflui não só com um momento em que muitas empresas do setor têm investimentos engatilhados em preparação para os próximos aumentos da mistura obrigatória já aprovados pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), mas, também, em que o próprio mercado de biodiesel está para passar por um redesenho radical.


“Estamos nos encaminhando para o ano que vem com um cenário bastante obscuro. Tenho a impressão de estarmos pisando em areia movediça”, conclui André.


Fonte: BiodieselBR

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