Francisco Turra, Presidente do Conselho de Administração da Associação dos Produtores de Biocombustíveis do Brasil (APROBIO)
O Brasil tem um passaporte verde para produzir alimentos e biocombustíveis e são vários os fatores que me permitem fazer essa afirmação. O país é o que mais dedica território à proteção de vegetação nativa segundo estudo da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre Áreas Protegidas no Planeta, que considera como terras protegidas as unidades de conservação.
As ações criminosas de desmatamento devem ser tratadas como tal e punidas para que não paire dúvida sobre o setor como um todo. O produtor agrícola não precisa de áreas de floresta para crescer. Podemos converter pastagens degradadas em área de agricultura e garantir o crescimento por muitos anos sem derrubar nenhuma árvore.
Marina Silva, Ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, afirmou no Fórum Econômico de Davos que “podemos dobrar, triplicar a produção agrícola sem derrubar uma árvore, é um desafio para mim e para o ministro da Agricultura".
Outro visto no nosso passaporte verde vem da combinação da produção de alimentos e proteína animal com a de biocombustíveis. Não é um crescimento de um setor em detrimento de outro. É uma combinação sinérgica que descarboniza o planeta, leva alimento para o mundo, tudo com as árvores em pé.
A transição para a economia de baixo carbono é uma vantagem competitiva para o país e o crescimento progressivo dos biocombustíveis se traduz em melhoria do cenário socioambiental, em segurança energética e alimentar, em mais saúde, economia e emprego verde, além da influência positiva para a agricultura familiar.
Quando ouvimos o Parlamento Europeu propor banir produtos provenientes de terras desmatadas ou degradadas, não tenha dúvida de que estamos ouvindo a voz do protecionismo fantasiado de preservação ambiental.
O nosso imortal e já saudoso rei Pelé foi até a Europa em 1958 para vencer no campo o complexo de vira-lata descrito pelo jornalista brasileiro Nelson Rodrigues como “a inferioridade em que o brasileiro se coloca, voluntariamente, em face do resto do mundo”. Em nosso campo, o nosso passaporte é muito verde e ele deve abrir as portas do mundo para nosso alimento e para nossos biocombustíveis. Nós acreditamos nisso e vamos consolidar essa imagem lá fora!
Fonte: Zero Hora
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