Donald Trump retorna à presidência dos Estados Unidos em 2025 com a promessa de trazer de volta para o centro da política energética a exploração e produção de petróleo e gás, no país que é o maior produtor do mundo.
Eleito em uma campanha embalada pelo bordão “drill, baby, drill”, o republicano prometeu acelerar a aprovação de licenças de perfurações e concessões, interromper litígios ambientais e dar alívios fiscais para empresas de combustíveis fósseis.
O assunto volta à mesa agora de maneira menos envergonhada, já que mesmo durante o governo Joe Biden a produção dos EUA continuou a crescer e chegou a bater recordes.
Assim, é improvável que as novas políticas levem a mudanças estruturais nos preços do barril no mercado internacional.
Entretanto, Trump prometeu adotar políticas de fortalecimento da economia interna, o que tende a valorizar o dólar e, ao cabo, gera uma pressão inflacionária para os combustíveis, sobretudo no Brasil.
Os republicanos, inclusive, terão maior facilidade de aprovação de medidas pelos próximos dois anos, já que conquistaram a maioria dos votos para o Senado e tiveram um número expressivo de deputados eleitos para a Câmara.
Uma das incertezas diz respeito ao futuro da indústria de GNL dos EUA.
A expectativa é de retomada das licenças para novos projetos de exportação de GNL, que estavam sob moratória, mas o tema segue alvo de judicializações e pressões de ambientalistas.
Renováveis. Também pairam dúvidas sobre os vultosos incentivos para a indústria de baixo carbono, por meio do Inflation Reduction Act (IRA). É improvável que o programa seja encerrado, mas deve, sim, passar por uma transformação.
O IRA foi instituído no governo Biden, com aprovação de ambos os partidos no Congresso.
Parte significativa dos projetos tem levado a maiores investimentos em estados que votaram historicamente no Partido Republicano.
Negacionista das mudanças climáticas, uma das principais certezas que Trump traz de volta é a menor probabilidade de avanços nos acordos internacionais de combate ao aquecimento global.
Foi Trump quem retirou os EUA do Acordo de Paris.
É um sinal ruim sobretudo para o Brasil, que no próximo ano vai sediar a COP30, principal fórum de debate global sobre o tema. Sob Trump, os EUA tendem a dar menos relevância para o encontro.
Fonte: Eixos
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