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07 dez 2016 - 10:20
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Poluição: a doença está no ar

Novos estudos confirmam o impacto da poluição atmosférica em uma série de problemas de saúde. E, acredite, ele é maior do que se imaginava


Falta de ar, boca seca, queimação na garganta. Esses são alguns dos sintomas mais comuns relatados por quem procura o pronto-socorro de Santa Gertrudes, a 167 km da capital paulista. No coração do maior polo industrial de pisos e revestimentos cerâmicos das Américas, o município de pouco mais de 20 mil habitantes tem o ar mais poluído do Brasil - a taxa de emissão é quatro vezes maior que o recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Só que Santa Gertrudes não é exceção. De 45 cidades brasileiras analisadas em relatório da OMS, 40 estão fora dos padrões ideais. O último documento da entidade estima que 92% da população do planeta está exposta a níveis alarmantes de poluição. Tão alarmantes que podem levar à morte. Segundo a própria OMS, a péssima qualidade do ar está por trás de 8 milhões de óbitos por ano.

'O impacto da poluição na saúde é dramático', declara a epidemiologista María Neira, diretora do Departamento de Saúde Pública e Meio Ambiente da OMS. 'Não quero nem pensar no que pode acontecer em dez ou 20 anos se medidas urgentes não forem tomadas já.' Hoje, a poluição do ar é o quarto principal fator de risco para doenças, só atrás de pressão alta, má alimentação e tabagismo.

Dentro das estatísticas da OMS, 4,3 milhões de mortes estariam relacionadas ao uso de madeira, carvão e biomassa para cozinhar e de querosene para iluminar ambientes geralmente insalubres. As 3,7 milhões restantes são causadas pela queima de combustíveis por veículos automotores, usinas termelétricas e indústrias em geral. Segundo projeção do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), a poluição atmosférica aumentou, entre 2008 e 2013, em torno de 8% - o que deve escalar ainda mais o número de baixas na humanidade.

A OMS avaliou a qualidade do ar de mais de 3 mil cidades, em 103 países. A situação é particularmente nebulosa no Oriente Médio, na Índia e na China - entre as 30 cidades mais irrespiráveis do planeta, 16 são indianas e cinco, chinesas. Para chegar a esses números, a entidade calculou as concentrações de material particulado com diâmetro menor que 10 micrômetros (PM 10) e menor que 2,5 micrômetros (PM 2,5) por metro cúbico.

O mais nocivo deles é o tal do PM 2,5. 'Ele está fora dos padrões tolerados pela OMS e provoca graves problemas à saúde', alerta o patologista Paulo Saldiva, do Laboratório de Poluição Atmosférica da Universidade de São Paulo (USP). Por serem praticamente invisíveis, partículas menores que 2,5 micrômetros vão parar nos lugares mais insuspeitos do corpo humano. Até mesmo no cérebro, como detectou uma nova pesquisa inglesa.

Continue lendo aqui.

Fonte: Revista Saúde
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