Em 2021, serão quase 25 milhões de toneladas de gases de efeito estufa evitados na atmosfera com o uso de biocombustíveis na frota de transporte do País
O uso de biocombustíveis na matriz de transportes brasileira não tem qualquer paralelo no mundo”. A afirmação é do diretor substituto do Departamento de Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia (MME), Marlon Arraes, ao participar nesta terça-feira (07/04) de webinar sobre o uso de biocombustíveis e seus impactos positivos na saúde.
No evento, a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) lançou nota técnica intitulada “Impacto na saúde humana pelo uso de biocombustíveis na Região Metropolitana de São Paulo”. A empresa também apresentou resultados da modelagem concebida em amplo estudo realizado sobre o tema.
O documento lançado pela EPE – já acessível no site da empresa – afirma que a maioria das fontes de poluição do ar está muito além do controle de indivíduos, como aponta a Organização Mundial da Saúde (OMS). Um contexto que, segundo a EPE, exige a ação coordenada de formuladores de políticas em âmbito local, nacional e regional, nos diferentes setores envolvidos: transporte, energia, gestão de resíduos, planejamento urbano e agricultura.
A nota técnica da EPE aponta ainda que a poluição ambiental do ar gera relevantes problemas de saúde que afetam especialmente a população que vive em grandes centros urbanos. Esse estudo, portanto, ainda que elaborado com base em dados da Região Metropolitana de São Paulo, pode ser um espelho para levantamentos e pesquisas por outros estados brasileiros e até mesmo outros países com semelhantes perfis demográficos e dinâmicas de transportes urbanos.
Para Marlon Arraes, que também é coordenador-geral de etanol do MME, o RenovaBio é um programa que permite um olhar macro e integrado entre o meio ambiente e o ser humano. “Sempre almejamos e estamos construindo, gradativamente, uma matriz de modelos-satélites com vistas a promover uma melhor avaliação a cada momento do RenovaBio”, afirmou. “Desta forma, poderemos obter uma melhor avaliação do impacto dessa meta, permitindo demonstrar o real benefício que a sociedade pode ter”. “Esse modelo que a EPE nos presenteia hoje, começando pelos impactos na saúde, foi muito importante”. E concluiu: “Dentro das metas decenais que o MME irá discutir no período entre 2022 até 2031, já teremos o apoio dessa modelagem da EPE, com resultados que de fato nos impressionam”.
A diretora da EPE Heloísa Borges lembrou que o Brasil possui um dos maiores programas de descarbonização da matriz de transporte do mundo. “Em 2021, serão quase 25 milhões de toneladas de gases de efeito estufa evitados na atmosfera com o uso de biocombustíveis na nossa frota de transporte”, ressaltou a diretora. Segundo ela, a nota técnica “irá contribuir com a formulação dessas políticas públicas e trazer luz aos benefícios que elas geram para a sociedade”.
O diretor presidente da União da Indústria de Cana-de-Açucar (Única), Evandro Gussi, afirmou que a nota técnica possui dados sólidos “para construção de um processo de sedimentação da credibilidade desse processo, uma entrega muito relevante para a saúde humana”.
Acesse a Nota Técnica: Impacto na saúde humana pelo uso de biocombustíveis na Região Metropolitana de São Paulo.
Fonte: MME
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