Especialistas estimam que a temperatura global pode subir 1.8 grau Celsius, mesmo se forem cumpridas todas as metas estabelecidas pelo acordo de Paris, feito para reduzir as emissões de gases de efeito estufa. O dado é da Agência Internacional de Energia.
Já o IPCC, o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas, aponta que mesmo que todas as metas dos países sejam atingidas, as emissões de gases vão aumentar em 14% em 2030 se comparadas a 2010 quando a recomendação era que caíssem pela metade. O especialista em finanças e políticas climáticas do Banco Mundial, Alexandre Kossoy, explica que esses dados indicam que o mercado de carbono deve continuar a crescer, isso porque será necessário aumentar a compensação de carbono para se aproximar das metas.
Bem menos otimista é a visão do professor do Instituto de Física da USP e integrante do IPCC, Paulo Artaxo. Para ele, o valor da compensação deveria ser maior do que o da emissão, ou seja, se você emite uma tonelada deveria compensar duas vezes ou mais, por exemplo. Assim haveria um saldo positivo na captura: "Mas, infelizmente sequer a relação um pra um de emissão e captura está sendo aceita pelos mercados, porque na verdade esse mercado de carbono nunca decolou, nunca deu certo. E é uma tentativa de na verdade monetizar um patrimônio que é de toda a humanidade".
Artaxo defende que os governos, empresas e pessoas mudem de atitude para zerar as emissões de gases do efeito estufa. Ações como combate ao desmatamento e o desenvolvimento de uma agricultura de baixo carbono são essenciais no Brasil. Em termos mundiais o foco deve ser a substituição dos combustíveis fósseis.
Fonte: Agência Brasil
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