São Paulo – O Brasil pretende ter, até 2050, uma economia neutra em carbono, segundo a diretora de conservação florestal e serviços ambientais do Ministério do Meio Ambiente, Marta Lisli Giannichi, afirmou durante o Simea 2022. O prazo é o mesmo para todos os setores industriais instalados no País, mas o governo não determinou quais as metas para se chegar a este objetivo: caberá cada setor definir sua rota.
“A expectativa é de que cada setor defina seu plano, assim como os objetivos de curto e longo prazo, para depois apresentar para o governo”.
A visão do governo para o futuro da indústria automotiva no Brasil, no que diz respeito à descarbonização, foi apresentado por Marta Giannichi e deverá passar por diversas matrizes energéticas em busca da neutralidade em carbono: “O mundo aponta para os veículos elétricos, mas aqui no País vemos várias rotas. As novas soluções também deverão ser lucrativas para toda a cadeia envolvida, além de preservar o meio ambiente”.
Para Giannichi a descarbonização dos veículos que são vendidos no Brasil passará pelo etanol, que possui matriz energética limpa e deverá ser muito importante para a popularização do híbrido flex. O desenvolvimento dos biocombustíveis, hidrogênio verde e célula de combustível também fará parte desse período de transição.
Os veículos elétricos também farão parte desse ecossistema, mas com aplicação em alguns nichos de mercado, de acordo com a diretora. Esse é um cenário que já acontece no Brasil, com caminhões elétricos sendo usados para distribuição urbana, assim como outros utilitários, ônibus elétricos para o transporte de passageiros e veículos leves para operações de aplicativos.
Giannichi reconheceu que há muito trabalho para ser feito na rota da descarbonização do País e do setor automotivo, mas demonstrou otimismo com relação ao avanço desse projeto. Também espera que toda a infraestrutura necessária para apoiar, por exemplo, os veículos elétricos em maior volume na frota nacional, também ganhe corpo nos próximos anos.
Regulamentação – Em maio foi publicado decreto que regulamentou o mercado de baixo carbono no País. Ele estabelece os procedimentos para elaboração de planos setoriais de mitigação das mudanças climáticas e institui o Sinare, Sistema Nacional de Redução de Emissões de Gases de Efeito Estufa. A plataforma online funcionará como uma central que unificará os registros de emissões, remoções, reduções e compensações de gases de efeito estufa. Também serão registradas as ações de compra e venda, transferência, transações e aposentadoria de créditos certificados de redução de emissões.
Fonte: Autodata
RenovaBio e reformulação do Selo Biocombustível Social reforçam compromisso do MME com descarbonização e agricultura familiar
Ministro propõe parceria com Galp para impulsionar biocombustíveis brasileiros em Portugal
Workshop do MME discute metas para novos combustíveis sustentáveis no Brasil