Modelo matemático desenvolvido no Japão mostra que é possível investir no meio ambiente sem que haja um impacto negativo no PIB
Quando o assunto é políticas sustentáveis, grande parte da sociedade e dos governantes parece ter receio de que sua implementação desacelere o crescimento econômico de alguma forma.
Agora, um novo estudo da Universidade de Ciências de Tóquio em parceria com o banco japonês Shoko Chukin demonstra que é possível aliar o crescimento constante do PIB com a despoluição. A pesquisa foi publicada no periódico científico Journal of Cleaner Production.
Os cientistas criaram um modelo matemático capaz de simular a relação entre o PIB de um país e as medidas tomadas para diminuir a poluição produzida por fábricas conforme mais ou menos investimentos sustentáveis são realizados. Como resultado, eles descobriram que o estabelecimento de práticas de despoluição é compatível com o crescimento estável do PIB, ainda que parte dele seja investido nos cuidados com o meio ambiente.
A cada década que se passa, as preocupações com a poluição crescem cada vez mais, na medida em que fábricas e indústrias continuam a produzir gases causadores do efeito estufa.
Bons exemplos
Com a intensificação do debate acerca do meio ambiente nos últimos anos, alguns governos começaram a discutir mais políticas públicas ligadas à natureza. Entre eles estão os Estados Unidos e a União Europeia, que planejam eliminar a produção de gases de efeito estufa em seus respectivos países até 2050. Em âmbito internacional, tratados como o Acordo de Paris trazem a meta final de implementar a emissão zero entre os países signatários -- ou seja, os processos industriais seriam limpos desde o início.
Modelo matemático
Surge, assim, a questão: é possível unir sucesso econômico com preservação ambiental? De acordo com os pesquisadores japoneses, sim. Para isso, contudo, é preciso que o PIB do país já seja razoavelmente alto, e a quantidade alocada para implementar a despoluição deve ser flexível. O modelo matemático mostrou ainda que, com o tempo, a quantidade de dinheiro aplicada na limpeza da contaminação deve diminuir.
Para Hideo Noda, autor principal do estudo, trata-se de uma descoberta muito significativa. “Esse tópico é extremamente relevante para qualquer movimento das políticas públicas em direção à sustentabilidade”, afirma. “Nosso modelo deve ajudar a convencer os líderes de alguns países de que é factível reduzir as emissões de gases sem prejudicar a economia.”
Dessa forma, a pesquisa pode ser o que faltava para impulsionar a criação de medidas sustentáveis urgentes, como o enfrentamento da mudança climática e a própria despoluição. Afinal, conforme aponta o estudo, não há nada a se perder quando se opta por investir no meio ambiente.
Fonte: Exame
Biocombustível de macaúba terá preço competitivo com do fóssil, diz diretor da Mubadala
Mercado de carbono é aprovado após acordos com agro, térmicas e distribuidoras
Na COP 29, Alckmin projeta Brasil como protagonista da nova economia global