Coluna de Francisco Turra, presidente dos Conselhos de Administração da APROBIO
Nos últimos 45 anos, o Brasil deu saltos enormes nas áreas de agricultura e de proteína animal. Envolvido em organizações e ações em defesa do agronegócio, sou testemunha disso. Foram avanços que contaram com a força das inovações e das tecnologias geradas por nossas organizações de pesquisa e universidades, além da eficiência produtiva conquistada pelos nossos empresários.
Hoje, a agricultura de precisão já prolifera nos campos, com técnicas que buscam aumentar a sustentabilidade do sistema produtivo reduzindo desperdícios e minimizando os impactos negativos no meio ambiente. A inteligência artificial também assume protagonismo ao coletar informações do processo agrícola para a tomada das melhores decisões para manejos agrícolas.
Assim, o Brasil se tornou uma referência mundial no campo, garantindo segurança alimentar interna e posição de destaque no mercado internacional de alimentos, fibras e energia. Estamos às vésperas de mais um movimento revolucionário que vai envolver produção de alimento e de energia, com a aproximação da aprovação de um Projeto de Lei que propõe medidas para impulsionar o desenvolvimento e a utilização dos chamados combustíveis do futuro, sem perder os avanços já consolidados com o Etanol e o Biodiesel.
O chamado Combustível do Futuro se comunica diretamente com a agricultura do futuro no Brasil. Até por isso, que 39 entidades representativas de vários setores da economia nacional assinaram um Manifesto em Apoio ao Relatório do Projeto de Lei do Combustível do Futuro — PL 528/2020 e Apensados, elaborado pelo deputado federal Arnaldo Jardim.
Numa análise mais detalhada, as entidades representam outras tantas associações e sindicatos, mais de 4.700 cooperativas e cerca de 1.000 empresas. Sem dúvida, uma voz poderosa que entende que a aprovação do Combustível do Futuro como aperfeiçoado no relatório é uma decisão estratégica para movimentar a economia nacional no campo e nas cidades, com mais sustentabilidade e oportunidades para toda a cadeia de agronegócio, em especial a agricultura familiar.
Cada vez mais a sociedade empresarial reconhece que a valorização das novas tecnologias, como o biodiesel, o combustível sustentável de aviação, o biometano proveniente dos resíduos sólidos urbanos, dos esgotos e do setor agropecuário, e o etanol oriundo da cana de açúcar e do milho, é essencial também para a produção de alimentos.
O biodiesel produzido a partir de óleos vegetais e de gorduras animais representa uma alternativa imediata para a redução das emissões de gases de efeito estufa e para a mitigação das mudanças climáticas. Junto com ele, vem a oferta do farelo de soja e, consequentemente, a diminuição do preço da proteína animal na mesa do consumidor.
A transição energética está no ar que respiramos, no nosso prato de comida, no emprego da economia que movimenta o Brasil nas estradas, nas ferrovias, nas hidrovias, nas fazendas e nos grandes centros urbanos. A descarbonização fortalece nosso meio ambiente e a nossa saúde hoje e das gerações futuras.
Por isso, a aprovação do projeto Combustível do Futuro é uma decisão de brasileiros para o bem do Brasil. Um conjunto de rotas tecnológicas estratégicas que nos levam à porta de acesso do futuro de todos nós. Porque produzir energia limpa e alimentos é a riqueza deste século.
Fonte: Estadão Agro
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