Representantes do empresariado divulgaram nesta 4a feira (28/8) um manifesto em defesa da proteção do meio ambiente e da ação climática no Brasil. Publicado em diversos veículos de imprensa, o texto defende que o setor privado se una e dialogue com o poder público federal em prol da descarbonização e da transição energética da economia brasileira.
O manifesto cita a catástrofe humanitária causada pelas chuvas históricas no Rio Grande do Sul em maio e o recorde de incêndios no Pantanal para ressaltar a urgência do setor privado unir forças para enfrentar os impactos das mudanças climáticas. O texto defende um alinhamento dos Três Poderes da União no “diagnóstico das oportunidades e riscos pela frente” e no “compromisso em torno de um programa que faça o Brasil uma potência de soluções sustentáveis”.
“Todos os brasileiros temos a responsabilidade de transformar a dor em esperança e de repensar hábitos e processos. Entendemos que cabe à iniciativa privada acelerar a adaptação da nossa economia à nova realidade do clima. Seja porque as atuais fontes de geração de riqueza no país estão sob risco, seja porque uma mobilização de conformidade ambiental dará acesso a mais recursos e mercados”, pontuou o manifesto.
O documento foi assinado por 53 empresários e economistas, como Armínio Fraga (ex-presidente do Banco Central), Fabio Barbosa (ex-Santander Brasil), Pedro Bueno (Grupo DASA), Candido Bracher (ex-Itaú Unibanco), Roberto Klabin (Klabin) e Walter Schalka (Suzano), além dos ex-ministros Luiz Fernando Furlan, Joaquim Levy e Roberto Rodrigues.
De acordo com os signatários, esse alinhamento do poder público e união do setor privado em prol do meio ambiente pode elevar a condição do Brasil como futuro anfitrião da Conferência da ONU sobre o Clima (COP30) em 2025. “É fundamental que o país construa com profundidade e velocidade as diretrizes e metas de um plano nacional de descarbonização para ser levado ao evento”, destacou o texto.
“O Brasil tem peso, o Brasil pode liderar dando exemplo. O setor privado tem de assumir também essa tarefa, que eu diria hoje é heróica, porque as coisas não estão indo muito bem”, comentou ao Estadão Armínio Fraga. “A natureza está dando esse recado”.
Estadão, Folha, g1, O Globo e Valor, entre outros, repercutiram o manifesto.
Em tempo: Por falar em empresariado, o B20 – fórum empresarial no âmbito do G20 – entregou ontem ao presidente Lula um documento com 24 recomendações de políticas públicas para serem discutidas entre os líderes das maiores economias do mundo durante a cúpula do G20 em novembro no Rio de Janeiro. Como o Estadão informou, as propostas priorizam os eixos de descarbonização e transição energética, temas que os empresários entendem que o Brasil tem mais condição para liderar no debate internacional. O Globo também deu mais informações.
Fonte: ClimaInfo
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