O Ministério de Minas e Energia (MME) realizou, nesta quinta-feira (31/10), o workshop "Evolução das Misturas (E35/B25)”. Este foi o primeiro evento da série "Próximos Passos: Combustível do Futuro e Novas Políticas do Setor de Óleo e Gás". Durante o workshop, especialistas discutiram os planos para testes necessários à demonstração da viabilidade técnica para aumentar os percentuais de mistura de etanol na gasolina e de biodiesel no diesel. Esses avanços são fundamentais para o desenvolvimento de políticas públicas voltadas à sustentabilidade e à inovação no setor energético nacional.
Durante o evento, o secretário Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do MME, Pietro Mendes, enfatizou a importância da evolução das misturas para a sustentabilidade do país. “Precisamos colocar o Brasil na vanguarda, liderando a transição energética mundial. E nada melhor do que liderar pelo exemplo. Que o Brasil continue sendo um líder, compartilhando informações e tecnologias, para que outros países possam seguir esse caminho”, afirmou.
Com a presença de representantes da indústria, universidades e agências reguladoras, o workshop foi um marco na avaliação técnica e nos critérios de confiabilidade para o uso ampliado de biocombustíveis no Brasil. A proposta de aumentar a mistura de etanol para 35% e de biodiesel para 25% é uma inovação introduzida pela lei "Combustível do Futuro", recentemente sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Etanol
Na parte da manhã, o workshop teve como foco o E35, que prevê a possibilidade de aumento da mistura de etanol à gasolina para até 35%. Especialistas discutiram as condições necessárias para garantir a robustez e a repetibilidade dos testes. Foram analisados aspectos como os tipos de veículos a serem testados e os critérios para representar adequadamente o parque automotivo, visando assegurar que os dados reflitam com precisão o desempenho do combustível em condições reais de uso.
Estiveram presentes representantes da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas e Similares (Abraciclo), do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica), da Associação de Fabricantes de Equipamentos para Controle de Emissões Veiculares da América do Sul (Afeevas), da AVL e do Sindipeças.
Os debates sobre o E35 também abordaram o plano de testes, que inclui ensaios para avaliar dirigibilidade, durabilidade dos componentes dos veículos e impacto ambiental. Esses fatores são fundamentais para garantir a eficiência e segurança do E35, além de ampliar o conhecimento técnico sobre a mistura e sua adequação ao mercado brasileiro. Os participantes discutiram metodologias e estratégias para otimizar o processo de testes, buscando maximizar resultados e recursos utilizados.
Biodiesel
Na parte da tarde, o tema central foi a mistura B25, que prevê a possibilidade de aumento da mistura de biodiesel ao diesel até 25%. Especialistas debateram os requisitos técnicos para a realização dos testes, como a escolha de veículos representativos do parque circulante brasileiro e as condições logísticas necessárias para uma avaliação precisa do transporte rodoviário no país. A adoção dessa mistura está alinhada aos compromissos do governo para reduzir emissões no setor de transportes pesados.
O plano de testes para o B25 inclui ensaios laboratoriais e em motores, com o objetivo de avaliar aspectos como durabilidade dos motores, compatibilidade de materiais e impacto ambiental da mistura. Esse aprofundamento técnico é essencial para validar o B25 como uma alternativa viável e sustentável ao diesel convencional, contribuindo para a redução da dependência de combustíveis fósseis e para o fortalecimento da matriz energética renovável.
Nos painéis da tarde, participaram representantes da ANP, Anfavea, IBP, União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio), Associação dos Produtores de Biocombustíveis do Brasil (APROBIO), Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), SAE Brasil e Universidade de Brasília (UnB).
Série de workshops
Nos próximos meses, o MME irá promover uma série de workshops para discutir os próximos passos na regulamentação de políticas públicas no setor de óleo e gás. Os eventos terão ênfase na lei do "Combustível do Futuro", recentemente sancionada, e nas novas políticas públicas aprovadas na última reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), em agosto.
Os workshops serão realizados no auditório do MME e estarão abertos ao público. As inscrições podem ser feitas via formulário.
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