Com o objetivo de avaliar as oportunidades geradas pela bioeconomia no Brasil em um contexto de transição para uma economia de baixo carbono no Brasil, a Associação Brasileira de Bioinovação (ABBI) acaba de lançar o estudo inédito “Identificação das Oportunidades e o Potencial do Impacto da Bioeconomia para a Descarbonização do Brasil’. Focada nas soluções de bioinovação com maior potencial de mitigação de gases de efeito estufa, a pesquisa foi realizada em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Agroenergia), Laboratório Nacional de Biorrenováveis do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (LNBR/CNPEM), Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil (SENAI/CETIQT) e o Laboratório Cenergia/UFRJ.
A fim de evidenciar os benefícios da adoção mais intensificada da biotecnologia industrial, a investigação científica considera distintas trajetórias para o Brasil até o ano de 2050, a partir das quais se propõe um Cenário Potencial da Bioeconomia. Nesse panorama, avalia-se como a bioeconomia complementa a transição energética para a inserção de tecnologias promissoras de biorrenováveis dentro das cadeias produtivas.
Entre as principais contribuições do estudo está a classificação de soluções que impactam no aumento da produtividade da agricultura, possibilitam a liberação de áreas que podem ser reaproveitadas com asculturas energéticas e reduzem as emissões durante o processo produtivo. A iniciativa também avalia as tecnologias que viabilizam o aproveitamento integral da biomassa e ampliam a circularidade na bioeconomia ao oferecer oportunidades para resíduos que antes seriam descartados ou utilizados de forma ineficiente.
Os resultados do estudo indicam que a total implementação da bioeconomia no país pode atingir um faturamento industrial adicional de US$ 284 bilhões/ano, quando comparado às políticas correntes de mitigação de emissões de gases de efeito estufa. O desenvolvimento dessa trajetória, segundo o estudo, deve ser apoiado pela promoção coordenada de políticas públicas que considerem as particularidades e vantagens competitivas brasileiras no contexto de transição para uma economia de baixo carbono.
Dentre as iniciativas de soluções climáticas propostas na COP27 para aprimorar a ação global e garantir que as Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs, na sigla em inglês) dos países e as metas estabelecidas pelo Acordo de Paris, está a de propor mudanças nos sistemas de transportes, a fim de descarbonizar e melhorar o cenário da mobilidade urbana. O objetivo é que a iniciativa seja implementada em diversas regiões do mundo a fim de melhorar o acesso a soluções resilientes e de baixo carbono.
“O estudo é resultado de um amplo esforço em conjunto com organizações que são referências em pesquisa e bioinovação no Brasil. Nele, evidenciamos as oportunidades ambientais, econômicas e sociais oriundas pelo desenvolvimento da bioeconomia avançada o Brasil. Esperamos que o resultado sirva de base para agentes públicos e privados pautarem as políticas de economia verde em nosso país”, comenta Thiago Falda, presidente executivo da ABBI.
Para saber mais sobre o tema e conhecer o estudo na íntegra, clique aqui.
Fonte: ABBI
Petrobras terá de comprovar conteúdo renovável do coprocessado, diz relator do combustível do futuro
Be8 assina contrato com empresa indiana para construção de planta em Passo Fundo
Engenheiro de bioprocesso e técnico em etanol: veja carreiras em alta no setor de biocombustíveis