HOME
ASSOCIAÇÃO
QUEM SOMOS
ASSOCIADAS
LEGISLAÇÃO
SELO COMBUSTÍVEL SOCIAL
RENOVABIO
ESTUDOS TÉCNICOS
PNPB
LEGISLAÇÃO
MERCADO
SUSTENTABILIDADE
NOTÍCIAS
VÍDEOS
CONHECA O BIODIESEL
CONTATO
NOTÍCIA
16 jul 2024 - 18:03
COMPARTILHAR
Compartilhar - Linkedin
Compartilhar - Facebook
Compartilhar - Twitter

Brasil precisa defender RenovaBio, maior programa de descarbonização da matriz de transporte do mundo

Artigo de opinião de Ricardo Mussa, CEO da Raízen


Pode parecer espantoso, mas seres humanos têm o hábito de retardarem seu próprio progresso.


É o que mostra o livro "Innovation and Its Enemies: Why People Resist New Technologies" (Inovação e seus inimigos: por que as pessoas resistem a novas tecnologias", ainda sem tradução para o português), do queniano Calestous Juma (1953-2017).


Em seu livro, o então professor da Kennedy School, da Universidade de Harvard, aponta que nos últimos seis séculos sempre houve resistência a inovações, novas tecnologias ou regulações —da adoção do café como bebida diária à refrigeração mecânica, da música gravada (em vez dos concertos) ao uso de equipamentos agrícolas mecânicos.


A ideia de se opor à inovação mesmo quando ela parece promover o seu melhor interesse vem sendo percebida aqui no Brasil com os movimentos recentes que podem precipitar o desmonte da Lei 13.576/2017, a Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio).


O RenovaBio é resultado de um longo e produtivo debate no Congresso Nacional, acelerado a partir do Acordo de Paris, onde o Brasil assumiu compromissos com metas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 37% até 2025, com uma contribuição indicativa subsequente de reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 43% até 2030, tendo como referência os níveis de 2005.


Faço um resumo para quem não está familiarizado com o tema. O RenovaBio tem três eixos:


estabelecimento de metas de descarbonização para as distribuidores de combustíveis fósseis;
criação dos Créditos de Descarbonização por Biocombustíveis (CBios), emitidos voluntariamente pelos produtores de biocombustíveis para compensar as metas dos distribuidores de combustíveis;
certificação da produção ou importação eficiente de biocombustíveis.


A lei é inteligente e boa para o meio ambiente, especialmente para um país que precisa de segurança energética: a novidade de criar o CBios materializou o RenovaBio como o maior programa de descarbonização da matriz de transporte do mundo.


Em 2023, de acordo com a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), um total de 33,1 milhões de CBios foram aposentados (retirados de circulação) por distribuidores, o que corresponde a 81% das metas individuais a eles atribuídas pela ANP.


O programa, contudo, está sob risco.


Uma das ameaças é a inadimplência, que vem ganhando corpo e ainda não enfrenta uma barreira sólida que impeça de maneira efetiva o não cumprimento dos compromissos estabelecidos pela lei.


Conforme revelam os dados da ANP, dos 145 distribuidores de combustíveis com metas fixadas para o ano de 2023, 55 não aposentaram CBios.


Somente no ano passado, 19% da meta do RenovaBio deixou de ser atingida, chegando a 7,61 milhões de CBios não aposentados. Isso equivale a R$ 860 milhões de vantagem competitiva aos inadimplentes (muitos reincidentes), segundo estimativa do IBP (Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás).


Outra ameaça, ainda mais grave e cada vez mais frequente, passa pelas liminares na Justiça, que mostram ter como único objetivo postergar o cumprimento de metas individuais, e que podem acabar colocando na contramão da história atores que se dizem referências em sustentabilidade.


Recorrer a filigranas jurídicas para descumprir obrigações financeiras se mostra um despropósito diante da urgência de combater as mudanças climáticas.


Por isso, é fundamental prestar atenção aos riscos que o programa vem sofrendo. E é importante salientar que, sem dúvidas, ainda é possível aprimorar a legislação para que ela atenda plenamente o seu objetivo, algo que certamente não fugirá à atenção do Ministério de Minas e Energia.


 


Fonte: Folha de S. Paulo

ÚLTIMAS NOTÍCIAS
14 nov 2024

Volta de Trump abre espaço ao Brasil na crise do clima

+
SAIBA MAIS
14 nov 2024

Biocombustível de macaúba terá preço competitivo com do fóssil, diz diretor da Mubadala

+
SAIBA MAIS
14 nov 2024

3Tentos registra lucro de R$ 318,4 milhões e revisa projeções de produção

+
SAIBA MAIS
14 nov 2024

Mercado de carbono é aprovado após acordos com agro, térmicas e distribuidoras

+
SAIBA MAIS
14 nov 2024

Na COP 29, Alckmin projeta Brasil como protagonista da nova economia global

+
SAIBA MAIS
TODAS AS NOTÍCIAS
Av. Brigadeiro Faria Lima, 1903 – cj. 91
Jardim Paulistano
01452-001 – São Paulo/SP
+55 11 3031-4721
APROBIO