HOME
ASSOCIAÇÃO
QUEM SOMOS
ASSOCIADAS
LEGISLAÇÃO
SELO COMBUSTÍVEL SOCIAL
RENOVABIO
ESTUDOS TÉCNICOS
PNPB
LEGISLAÇÃO
MERCADO
SUSTENTABILIDADE
NOTÍCIAS
VÍDEOS
CONHECA O BIODIESEL
CONTATO
NOTÍCIA
04 jan 2023 - 09:56
COMPARTILHAR
Compartilhar - Linkedin
Compartilhar - Facebook
Compartilhar - Twitter

Brasil aposta em nova geração de biocombustíveis

Do início da produção do álcool como combustível, ainda nos anos 1970, passando pela consolidação do biodiesel, muita terra foi remexida para se chegar hoje a um novo cenário do setor de biocombustível no Brasil. Novas tecnologias e o desenvolvimento de diferentes processos foram empregados para formar uma nova geração de biocombustíveis, como o etanol de segunda geração e o diesel verde.


Nesse trajeto, surgiram o Programa Nacional de Produção e Uso de Bicombustíveis, em 2004, e a Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio), que busca garantir segurança energética, previsibilidade para o mercado e mitigação das emissões dos gases do efeito estufa. Estudo da McKinsey estima que a exportação de bioquerosene poderia render até US$ 50 bilhões ao Brasil até 2035.


A aviação comercial é responsável por cerca de 3% das emissões mundiais de carbono e vê no uso do combustível de aviação sustentável (SAF) um passo importante para atingir zero emissões líquidas de CO2 em 2050.


A Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata) prevê que o SAF responda por 65% da mitigação necessária para isso, exigindo uma capacidade de produção de 450 bilhões de litros anuais em 2050. O SAF, ou bioquerosene, tem exatamente as mesmas propriedades do querosene de aviação e não exige alterações nos motores das aeronaves.1


De acordo com a McKinsey, a tecnologia mais madura para produção de SAF, e que já está em produção comercial em outras partes do mundo, é a que utiliza ésteres e ácidos graxos hidroprocessados, conhecida como HEFA (sigla em inglês para Hydroprocessed Esters and Fatty Acids).


Produção de biogás
 
O potencial HEFA do Brasil envolve óleo de soja e macaúba. A macaúba é a grande aposta: por hectare, é possível produzir 20 vezes mais óleo do que com a soja. Do seu fruto tudo é aproveitado. Além do óleo, dele também se extrai gordura vegetal, proteína de alto valor nutricional, fibra alimentar, entre outros. Por isso, empresas estão investindo nessa palmeira nativa brasileira. É o caso da Soleum, criada em 2019 para iniciar o plantio de macaúba em áreas degradadas. A empresa já tem um piloto, de 700 hectares, em Patos de Minas (MG).


— Nossa visão é que, fortalecer a matéria-prima é a melhor estratégia para futuramente, quando essa cadeia estiver desenvolvida e tivermos a base regulatória e econômica no país, começarmos a produzir o SAF — afirma Francisco de Blanco, cofundador e sócio-gerente da empresa.


A Inocas, empresa que surgiu em 2015, também trabalha para adensar a presença da macaúba. Já tem 2.400 hectares de áreas plantadas.
— Vamos plantar 30 mil hectares até 2030 — afirma Vitor Salomão, assessor da diretoria.


Do total de áreas já plantadas, 2.130 hectares estão na região do Alto Paranaíba (MG) e 270 no Vale do Paraíba (SP). A empresa também tem um projeto em duas fazendas no Nordeste do Pará e está em fase de desenvolvimento de uma fábrica.


A macaúba, entretanto, não é a única rota possível para obtenção de SAF. A Geo Biogás & Tech, cuja primeira planta de biogás entrou em operação há dez anos, vai investir R$ 15 milhões, sendo que R$ 7 milhões virão de um financiamento da Finep para desenvolver bioquerosene a partir do biogás. A projeção é que a unidade experimental entre em operação em 2024.


— A oportunidade que temos é fazer esse biogás em larga escala, o que outras economias, como a União Europeia, não têm, porque não possuem a quantidade de biomassa que o Brasil detém, especialmente de cana-de-açúcar — afirma Alessandro Gardemann, diretor da Geo Biogás.


A evolução no setor de biocombustíveis também passa pelo etanol. A produção neste ano deve chegar a 29 bilhões de litros, dos quais 4,5 bilhões virão do processamento de milho. De acordo com a União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica), 50% do consumo de combustível dos veículos leves no Brasil vêm do etanol, que pode reduzir, em média, 75% das emissões de CO2 na comparação com a gasolina.


O avanço no segmento veio por conta do etanol de segunda geração (E2G), como o produzido pela Raízen. O E2G é produzido a partir de palha e bagaço de cana.
— Conseguimos elevar em cerca de 50% a capacidade de produção de etanol, sem necessidade de adicionar área de terra plantada de cana. Hoje, a Raízen é a única produtora mundial de E2G em escala comercial — diz Juliano Oliveira, diretor comercial da Raízen


Conversa com transição
 
Em novembro, a empresa anunciou acordo com a Shell, para a venda de 3,3 bilhões de litros de E2G. Para atender essa demanda, vai construir outras cinco unidades. Cada uma recebe investimento de aproximadamente R$ 1,2 bilhão.


Já a BSBIOS, produtora de biodiesel, vai investir R$ 316 milhões na primeira fase de implantação, em Passo Fundo (RS), de uma usina de etanol e farelos a partir do processamento de trigo e cevada. A projeção é de que, a partir de 2027, a usina supra 23% da demanda gaúcha, segundo Erasmo Carlos Battistella, presidente da BSBIOS.


Diretor-superintendente da Associação dos Produtores de Biocombustíveis do Brasil (Aprobio), Julio Cesar Minelli explica que o preço das commodities “subiu muito” e o biodiesel, que tem como principal matéria-prima a soja, ficou mais caro que o diesel fóssil.


— Isso fez com que o governo, em 2021, fizesse uma gangorra, aumentando e diminuindo o percentual da mistura de biodiesel [ignorando previsões que já haviam sido estabelecidas], o que prejudicou o setor — afirma.


Para 2022, a diretriz do governo foi de um percentual de 10% de biodiesel na mistura, chamada de B10. A previsão anterior era a de que seria de 13%, em janeiro e fevereiro deste ano, e de 14% a partir de março. A capacidade das 57 usinas de biodiesel do país é de 13,3 bilhões de litros por ano. Na melhor das hipóteses, diz, deveremos ter, neste ano, consumo de 6,2 bilhões de litros.


Minelli conta que o segmento tem conversado com a equipe de transição e espera que, pelo menos a partir de fevereiro, se retome o B14 e, talvez, o B15 a partir de março ou abril. Em função disso, é possível que a demanda salte para 8,9 bilhões de litros em 2023.

Fonte: O Globo

ÚLTIMAS NOTÍCIAS
30 abr 2024

Pesquisa da UEMS mostra que planta aquática tem potencial para fitorremediação e produção de biocombustível

+
SAIBA MAIS
30 abr 2024

Aéreas cobram apoio para combustível sustentável, mais caro que querosene tradicional

+
SAIBA MAIS
30 abr 2024

Frente critica tentativa de incluir diesel coprocessado no Combustível do Futuro

+
SAIBA MAIS
30 abr 2024

Petrobras perde força em duelo com agronegócio após derrota na ANP; veja bastidores

+
SAIBA MAIS
29 abr 2024

Planejar transição energética é a prioridade no G20

+
SAIBA MAIS
TODAS AS NOTÍCIAS
Av. Brigadeiro Faria Lima, 1903 – cj. 91
Jardim Paulistano
01452-001 – São Paulo/SP
+55 11 3031-4721
APROBIO