O Ministério de Minas e Energia (MME) divulgou a Resenha Energética Brasileira 2024, que apresenta dados do ano de 2023. Um dos principais destaques é o aumento da participação das fontes renováveis na matriz energética do Brasil, que subiu de 47,4% para 49,1% na Oferta Interna de Energia (OIE). Em contraste, a média global de renováveis foi de apenas 14% em 2022, conforme dados da Agência Internacional de Energia, o que reafirma a posição do Brasil como um dos líderes mundiais em energia limpa. Esse aumento na renovabilidade está alinhado com os esforços do governo federal para ampliar o uso de energias renováveis e com compromissos internacionais, como o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 7 da Organização das Nações Unidas (ONU).
“Essa conquista é resultado de uma estratégia consistente de investimento em fontes renováveis e de políticas públicas que impulsionam o setor”, afirmou o secretário Nacional de Transição Energética e Planejamento do MME, Thiago Barral.
A Oferta Interna de Energia (OIE) representa toda a energia disponibilizada para atender à demanda nacional. Em 2023, a OIE cresceu 3,5%, atingindo o maior valor já registrado. Esse aumento ocorreu em um ano em que o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 2,9%.
Em linha com a OIE, o Consumo Final de Energia também foi o maior da série histórica, com aumento de 4,0% e crescimento em todos os setores observados (Indústria, Transporte, Residencial, Comercial, entre outros).
Na parte de Comércio Externo de Energia, o Brasil aumentou seu superávit energético, de 7,6% para 14,0%, principalmente devido ao aumento na exportação de petróleo e menor dependência externa de gás natural.
No setor de transporte, o consumo de biodiesel teve forte crescimento de 19,2%, impulsionado pelo aumento da mistura obrigatória de biodiesel no óleo diesel para 12% a partir de abril de 2023, conforme Resolução CNPE nº 3. Além disso, o CNPE aprovou, em dezembro de 2023, a antecipação dos mandatos de 14% para março de 2024 e 15% para março de 2025 alinhados com os objetivos de redução das emissões de gases de efeito estufa e da necessidade de importação de diesel fóssil.
A Resenha Energética Brasileira 2024 mostra que, embora a demanda global por petróleo e derivados tenha aumentado, a participação desses combustíveis na OIE tem diminuído, refletindo o crescimento de outras fontes, como as fontes renováveis. O documento também destaca a forte expansão no licenciamento de veículos elétricos e híbridos, que quase dobrou de cerca de 49 mil em 2022 para 94 mil em 2023.
Em 2023, a produção de biocombustíveis foi positiva, com um aumento de 14,2% na produção de etanol e 20,3% no biodiesel. A renovabilidade da matriz elétrica também cresceu, passando de 87,9% para 89,2%, com destaque para a geração de eletricidade a partir de fontes solar e eólica, que cresceram 68,1% e 17,4%, respectivamente.
Além disso, o documento aborda a eficiência energética no Brasil, enfatizando o índice ODEX e as principais ações e programas, como o PROCEL, além dos novos índices mínimos para refrigeradores e congeladores domésticos. A Resenha é uma publicação anual do Departamento de Informações, Estudos e Eficiência Energética, da Secretaria Nacional de Transição Energética e Planejamento. Algumas informações da Resenha também estão disponíveis em uma plataforma virtual acessível pelo site do MME.
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