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29 ago 2024 - 13:35
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Biocombustíveis ou Mobilidade Elétrica: qual a melhor opção para o Brasil?

A transição energética dos veículos de transporte, pensando em soluções mais sustentáveis, é um tema que estará presente por pelo menos mais algumas décadas ao falar de mobilidade.


Nos dias atuais, o foco da discussão busca descobrir qual o melhor caminho: os biocombustíveis ou a mobilidade elétrica? O que podemos adiantar é: não existe uma resposta certa ou um caminho único.


Muitas variáveis precisam ser consideradas nesta definição. Neste artigo, vamos explorar vantagens e desvantagens no uso de biocombustíveis e da mobilidade elétrica, considerando o contexto brasileiro.


Combustíveis fósseis: os grandes vilões do presente e futuro


Todos os grandes países do mundo estão focados em metas de diminuição na emissão de gases de efeito estufa, em grande parte liberados por meios de transporte. 


A Conferência da ONU sobre o Clima, a COP, acontece todos os anos e reúne chefes de estado. Na última edição, em 2023, acordos históricos foram traçados para garantir a transição dos combustíveis fósseis para fontes limpas e renováveis de energia.


O secretário-geral da ONU, António Guterres, acredita que certos marcos a favor do meio ambiente não serão possíveis sem a eliminação gradual de todos os combustíveis fósseis.


Um desses marcos foi estabelecido no Acordo de Paris de 2015, que limita o aquecimento global a 1,5°C. Ou seja, sem adotar novas soluções para nossos meios de transporte, estamos comprometendo não só o meio ambiente, mas nosso futuro!


Neste contexto, os biocombustíveis e a mobilidade elétrica se revelam como grandes aliados. Mas qual o papel de cada um deles e as especificidades em suas implementações? O Brasil está preparado para essas transformações?


Os biocombustíveis não são novidades para o Brasil


No Brasil, o uso de biocombustíveis não é uma grande novidade. Somos um dos maiores produtores de etanol no mundo, utilizando resíduos agrícolas na sua produção. 


De maneira geral, comparado aos combustíveis fósseis, os biocombustíveis agridem muito menos o meio ambiente. Mas é preciso lidar com cautela.


A competição por terras agrícolas e a necessidade de uma infraestrutura específica trazem desafios únicos para sua implementação e uso em larga escala.


Pontos positivos na adoção de biocombustíveis


A matéria-prima usada na produção dos biocombustíveis não é única, são muitas!


Não depender de um único recurso para a produção de combustíveis é uma grande vantagem em relação às alternativas fósseis dependentes do petróleo.


Além dos benefícios ligados à natureza dos biocombustíveis, quando usados para gerar energia, eles emitem menos gases poluentes em comparação com os fósseis.


E essa energia, quando produzida a partir de resíduos agrícolas, ajuda ainda de outras formas o meio ambiente: reduzindo o desperdício.


Os biocombustíveis podem ser usados nos motores de combustão interna com poucas modificações. Não à toa, o Brasil é um dos países mais relevantes no mundo no setor.


Possíveis desvantagens no uso de biocombustíveis


Uma preocupação frequente na produção dos biocombustíveis está na infraestrutura necessária. Ela pode exigir altos volumes de água e fertilizantes, gerando, assim, impactos negativos no meio ambiente.


Por isso, é possível ter abordagens estratégicas na produção, buscando por tecnologias mais eficientes e de baixo impacto ambiental. A implementação de práticas agrícolas sustentáveis não pode ser deixada de lado. O combustível é limpo e sua produção também deve ser!


Outro grande ponto de atenção está na competição com a produção de alimentos. Isso porque a utilização de matérias-primas agrícolas nos biocombustíveis pode resultar no aumento dos preços de alimentos e escassez de recursos.


Porém, com uma gestão eficaz de recursos, é possível driblar esse desafio. Afinal de contas, o Brasil já lidera a produção de biocombustíveis há anos, sem perder na produção de alimentos.


Agora que falamos sobre os detalhes do uso de biocombustíveis como fontes renováveis de energia, vamos compará-los com outra solução: a mobilidade elétrica.


Por dentro da mobilidade elétrica


A mobilidade elétrica é outra solução promissora e muito estudada para a descarbonização. Além da diminuição nas emissões de gases de efeito estufa, por não utilizar combustíveis fósseis, a eletricidade também acaba com o problema da poluição sonora.


Nessa modalidade, estão os veículos elétricos (VEs), que são totalmente movidos por baterias recarregáveis, e veículos híbridos, que combinam um motor elétrico com um motor de combustão interna.


Quando pensamos na adoção da mobilidade elétrica no Brasil, alguns pontos precisam ser considerados.


Benefícios da mobilidade elétrica


Hoje, países como China e Estados Unidos lideram a adoção de veículos elétricos, com políticas de incentivo e desenvolvimento dessa mobilidade.


Além do objetivo ambiental, ou seja, a não-emissão de gases poluentes durante sua operação, os veículos elétricos trazem outras vantagens importantes.


Quando comparados com veículos de combustão interna, os elétricos são mais energeticamente eficientes. Ou seja, a eletricidade em veículos reduz os custos operacionais para os consumidores e contribui para um uso mais equilibrado dos recursos energéticos.


A redução da poluição sonora também é muito destacada na mobilidade elétrica. Os veículos operam quase de forma silenciosa, o que melhora a qualidade de vida em áreas urbanas muito povoadas, onde o ruído do tráfego é uma preocupação constante.


Porém, os desafios também existem e precisam ser destacados.


Desafios de implementação da mobilidade elétrica


No Brasil, um dos principais desafios na adoção de veículos elétricos está na infraestrutura. Para sua utilização, é necessário garantir postos de recarga. 


Isso pode ser um obstáculo, principalmente pensando em áreas rurais e regiões menos desenvolvidas.


Outro desafio está no custo. Embora os preços estejam caindo à medida que essa tecnologia avança, os veículos elétricos ainda são mais caros que os veículos a combustão interna.


Por fim, embora a operação dos veículos elétricos seja limpa, a produção dessa eletricidade nem sempre é – assim como acontece com os biocombustíveis. 


No Brasil, a maior parte dessa eletricidade vem de fontes renováveis, como hidrelétricas, mas a diversificação da matriz energética, que ainda conta com usinas a carvão e gás natural, pode influenciar a emissão de carbono por esses veículos.


Assim, a descarbonização completa da mobilidade elétrica depende também de uma matriz elétrica ainda mais limpa!


Biocombustíveis ou mobilidade elétrica: quem ganha essa disputa?


Tanto a adoção de biocombustíveis quanto a mobilidade elétrica trazem vantagens e desafios únicos no contexto nacional.


Mais do que escolher um caminho melhor para o Brasil, é preciso encontrar o equilíbrio certo entre as duas possibilidades. Para cada contexto, região e situação, existe uma indicação específica.


O Brasil é um país com recursos naturais muito ricos e desafios econômicos e sociais únicos. Uma abordagem múltipla, incorporando ambas as tecnologias, parece ser a melhor solução a longo prazo.


E é isso o que diferentes instituições e empresas têm feito: focado na variedade de rotas tecnológicas para a descarbonização. Um exemplo é o Acordo de Cooperação Mobilidade de Baixo Carbono para o Brasil (MBCB), uma força-tarefa de dezenas de empresas que incentiva o uso de todas as rotas tecnológicas disponíveis. 


A transição para um futuro sustentável exige a consideração cuidadosa das vantagens e limitações de cada opção, bem como o desenvolvimento de políticas públicas e infraestrutura adequadas para apoiar essa mudança.


Vamos juntos!


 


Fonte: SAE Brasil

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