Aumento voluntário da mistura pode trazer ganhos efetivos para as distribuidoras ao reduzir meta de CBIOs para o ano seguinte

Os preços mundiais dos alimentos continuaram caindo em setembro, pelo sexto mês consecutivo, devido à redução do custo dos óleos vegetais, que compensou um pequeno aumento dos cereais, anunciou a FAO na última sexta-feira (07/10). Desde julho de 2022, os preços da soja têm registrado queda importante em sua cotação. O índice de preços dos óleos vegetais da FAO caiu 6,6% em um mês, "para atingir seu nível mais baixo desde fevereiro de 2021". "Os preços internacionais do óleo de palma, óleo de soja, óleo de girassol e óleo de canola caíram", disse a FAO.

Esse cenário reforça a oportunidade que o biodiesel tem de agregar valor à cadeia de negócio, sendo que a mistura que está em 10% (B10) deveria estar em B14 e ir para B15 a partir de março do próximo ano. Outra oportunidade seria considerar o aumento de uso voluntário de mistura pelas distribuidoras já previsto na Lei 13.033/2014. Desde agosto de 2019, a mistura voluntária pelas distribuidoras até B15 já é permitida para atendimento ao público geral. Essa condição deve ser estimulada e pode trazer ganhos efetivos para as distribuidoras que o fizerem, por reduzir o volume de diesel fóssil e, assim, a meta de CBIOs do ano seguinte.

Causou estranheza uma notícia de que o Ministério de Minas e Energia (MME) teria solicitado parecer técnico da ANP sobre aumento do teor de biodiesel no óleo diesel decorrente de um pedido de uma distribuidora, que enxerga uma oportunidade de mercado para aumentar o teor de seu óleo diesel de 10% para 15% de biodiesel, pois segundo o Despacho Nº 621/2019/ANP, publicado após exaustivos testes coordenados pelo MME, essa ação voluntária está autorizada até B15 sem necessidade de nenhuma autorização ou análise prévia.