A história da aviação ganhou um novo capítulo com a decolagem do Airbus H145, o primeiro helicóptero de resgate a voar com combustível sustentável. A operação, comandada pela ADAC Luftrettung, uma organização alemã sem fins lucrativos, foi acompanhada pela fabricante de motores Safran Helicopter Engines, da Airbus Helicopters, e pela companhia de energia TotalEnergies. O abastecimento aconteceu na estação de resgate aéreo da Harlaching Clinic, em Munique, na Alemanha.
Na tentativa de descarbonizar os voos aéreos, as companhias testaram um biocombustível de segunda geração, um tipo de SAF (sustainable aviation fuel), que reduz as emissões de CO2 em até 90% quando comparado ao seu equivalente fóssil. A sua produção utiliza como matéria-prima resíduos como gordura e óleo de cozinha usado, substâncias que não impactam na produção agrícola.
Segundo a ADAC Luftrettung, a substituição do combustível poderá resultar em uma redução de 6 mil toneladas de C02 na atmosfera por ano, quando consideradas as mais de 50 mil missões de resgate realizadas no período.
A CEO da ADAC Foundation, grupo que engloba a ADAC Luftrettung, Dra. Andrea David, diz que o projeto-piloto é o primeiro grande passo da empresa rumo ao objetivo de se tornar uma prestadora de serviços ecologicamente correta. “Essa é a nossa contribuição, como uma organização sem fins lucrativos, para alcançar os objetivos de proteção climática da Alemanha e da Europa”, disse.
Após a decolagem do H145, os diretores da ADAC Luftrettung e da Safran Helicopter Engines assinaram um acordo de longo prazo para o SAF, prevendo o aumento da proporção de mistura de biocombustível para até 100% nos próximos anos. Além do projeto à base de óleos, as empresas já indicaram seu interesse em promover um combustível sintético conhecido como PTL (Power-to-Liquid), elaborado a partir de energia elétrica de fontes renováveis.
Atualmente, o biocombustível para aviação tem certificado de aprovação de uso em uma mistura máxima de 50% com querosene convencional do tipo JET-A1. O helicóptero de resgate da ADAC realizou seus testes em Munique com uma combinação de 40%. O diretor administrativo da companhia, Frédéric Bruder, garantiu a segurança do método. “É importante ressaltar que o SAF é um combustível oficialmente aprovado, o que significa que a segurança do voo e do paciente permanece nos mais altos padrões.”
Fonte: Forbes
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