Artigo de Francisco Turra, Presidente dos Conselhos de Administração da APROBIO e Consultivo da APBA, ex-ministro da Agricultura
Para quem olha o desenvolvimento do agro, fica claro que houve uma acelerada transformação profissional e tecnológica em busca de produtividade e eficiência. Na ação do agro, um olho está na terra e outro em computadores que trazem informações diretas de satélites. Tudo no campo exige conhecimento, e a grande competição levou esses profissionais a buscar especialização técnica e graduação nas cadeiras universitárias para poder lidar com muita tecnologia, inovação e até inteligência artificial.
Daí a importância de um modelo de Escola do Agro para acompanhar a crescente demanda por qualificação e atualização dos profissionais. Acaba de nascer, em Passo Fundo (RS), um novo ecossistema de educação superior, com modelo de Employer University e foco em tecnologia, mercado de trabalho e empreendedorismo: a Escola do Agronegócio da Atitus Educação. Aceitei com alegria o convite para fazer parte do Conselho Consultivo da instituição em companhia de renomados profissionais de grandes empresas e instituições agrícolas.
O projeto de ensino para o agronegócio foi desenvolvido após estudos e pesquisas sobre as reais necessidades do setor. O objetivo é conectar estudantes, professores, profissionais, empresas, startups e entidades do segmento num grande espaço de fomento de inovação, para compartilhar e trocar conhecimento, experiências e oportunidades. Com mais de 40 hectares para a chamada Fazenda Inteligente, a escola foi inaugurada no dia 4 de março.
Quatro empresas já aderiram ao programa de parceiros estratégicos da Escola do Agronegócio: Be8, Ourofino Saúde Animal, JBS e Metasa. Entre os parceiros de inovação estão a Embrapa Trigo, Ventiur Smart Cap e Cabeda Pesquisa e Desenvolvimento Agronômico. Para área acadêmica, as empresas parceiras são TOTVS, Frate Associated, Academia Suína, Rehagro, Fertisystem, Bretanha, Digifarmz, Ibravag, Emater, Mapsul, Sultech Agro e Millennium.
O objetivo é que essas empresas possam desenvolver os estudantes e levar desafios reais para serem resolvidos em sala de aula. Os alunos ainda terão a oportunidade de conhecer de perto a realidade dos negócios voltados para o agro, além de ter momentos de trocas diretamente com os executivos das organizações. Na vanguarda do agronegócio no Brasil e no mundo, as empresas parceiras também vão aproximar os estudantes do que há de mais inovador em tecnologia para o setor.
Em sala de aula e em atividades práticas, as disciplinas reunirão desde o uso de novos equipamentos aos conhecimentos necessários para gestão de propriedades, como o uso de big data para monitoramento digital de animais, máquinas e grãos. Os professores vão propor aulas com desafios empresariais reais. Os alunos vão desfrutar ainda de mentorias com executivos.
Tanto no setor de bioenergia como de agronegócio, esse é um caminho sem volta. O sucesso virá do aprendizado contínuo porque as novidades surgem em tempo real e precisamos estar prontos para dar as respostas corretas recorrendo aos recursos mais modernos disponíveis. O Brasil já é um exemplo no campo e vai continuar a ser com ajuda da sala de aula.
Fonte: Estadão Agro
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