Antes de começar, o que significa Proconve L7? Bem, "Proconve" é "Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores" e foi criado em 1986 pelo Conselho Nacional do Meio-Ambiente. "L7" significa que o programa está em sua sétima fase - ou seja, existiram versões L1, L2, L3...
Isso posto, falemos sobre os limites obrigatórios de emissão de gases poluentes do L7, que entrou em vigor em 1º de janeiro deste ano. O objetivo do Proconve é óbvio: reduzir a emissão de gases tóxicos automotivos. E as normas são decretadas pelo Governo, ou seja, se um carro não respeitar, não pode ser vendido.
Proconve L7 "matou" vários automóveis
Para quem não lembra, quando a nova lei entrou em vigor no início do ano vários carros conhecidos do mercado brasileiro foram obrigados a sair de linha - a Chevrolet aposentou as versões hatch e sedã do Joy, a Fiat tirou de cena modelos como Grand Siena, Doblò e as versões 1.8 de Argo e Cronos e a Volks decretou o final de vida do Fox e de seu motor 1.6 8V.
Em resumo, devido ao volume de vendas, os carros citados nesses exemplos não "mereciam" o investimento para que pudessem se adequar às novas exigências cobradas pelo programa. Mas, afinal, que níveis cobrados são esses?
A grande modificação exigida dos fabricantes pelo Proconve L7 está no tanque de combustível, pois a partir de agora há um limite de evaporação. De forma simples de explicar: o combustível emite um vapor tóxico recolhido pelo cânister, um filtro de carvão que reduz sua toxicidade. Antes, o limite era de 1,5 grama por duas horas; agora, é de 0,5g por dia.
Isso significa que para ter melhor controle dessa emissão, os carros devem receber melhores técnicas - de um jeito fácil de dizer, o cânister precisa ser ampliado e as mangueiras podem ser modernizadas para reduzir sua permeabilidade e a quantidade de gases levados para a atmosfera. Isso, como é fácil de se imaginar, exige investimento. E o número baixo de vendas de carro X ou Y vira fator crucial.
É exatamente por isso que vários modelos que foram "adaptados" para as novas regras passaram a sair de fábrica com motores ligeiramente menos potentes. Se você achou que era só isso, ainda não acabou. O Proconve L7 também cobrou uma redução do nível de ruído, de 1 a 2 decibéis, de acordo com as características de cada automóvel. Mas isso não era tecnicamente tão difícil de resolver.
Proconve L8 vem aí em 2025
Entre este ano e 2025 há mais objetivos a serem cumpridos. De acordo com o programa, um processo chamado "Real Drive Emission" ("Emissões Reais do Carro", em inglês) vai ser instaurado a fim de evitar que fraudes como o Dieselgate aconteçam novamente. A partir disso, os testes precisarão ser feitos nas ruas justamente para que não aconteça outra vez de fabricantes burlarem os resultados.
Isso vai ajudar no crescimento dos carros elétricos e híbridos por aqui - e principalmente tecnologias como o sistema híbrido flex, comprovadamente mais limpo que os que são derivados do petróleo.
Fonte: Webmotors
‘Brasil traz ações concretas para transição energética e é o que precisamos’, diz Batistella
Etanol, biodiesel, SAF: qual a importância dos biocombustíveis para a economia brasileira?
A PBIO quer aumentar a produção de biocombustíveis dando oportunidades também para os pequenos produtores
Brasil e Reino Unido lançam aliança global para acelerar transição energética