Ao longo desses últimos anos, a maturidade do setor de biodiesel se reflete no aumento contínuo da produção, que atingiu o expressivo volume comercializado de 6,4 bilhões de litros em 2020.
Artigo de Bento Albuquerque, Ministro de Minas e Energia
As comemorações dos 10 anos da Associação dos Produtores de Biocombustíveis do Brasil (APROBIO) trazem a oportunidade para refletirmos sobre os desafios e a liderança do Brasil no setor de biocombustíveis ao longo das últimas décadas.
O Brasil se manteve, ao longo dos anos, como uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo, com a participação de 49% de fontes renováveis. E, para lograr descarbonização ainda maior, temos como diretriz ampliar o uso de combustíveis igualmente renováveis no nosso setor de transportes.
Nesse sentido, o Brasil conta com a Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio), que além de tratar desse desafio, tem como objetivos promover a expansão da produção e do uso de biocombustíveis na matriz energética nacional e contribuir com a redução de emissões de gases causadores do efeito estufa.
O RenovaBio, já considerado o maior Programa do mundo de descarbonização da matriz de transportes, estabeleceu o primeiro mercado de créditos de carbono em operação no País. Apenas em 2020, foram emitidos mais de 18 milhões de créditos de descarbonização (CBIOs) e foram negociados na Bolsa de Valores, a B3, cerca de 15 milhões de CBIOs, a um preço unitário médio de R$ 43,66, gerando um volume financeiro de mais de R$ 650 milhões.
Para o êxito dessa política pública, o setor de biodiesel tem dado contribuições importantes, seja na sustentabilidade da matriz energética, seja na garantia do abastecimento de combustíveis e na redução da importação de derivados de petróleo.
Ao longo desses últimos anos, a maturidade do setor de biodiesel se reflete no aumento contínuo da produção, que atingiu o expressivo volume comercializado de 6,4 bilhões de litros em 2020.
Não por acaso, mas em função do imenso potencial e do bom uso dos recursos naturais existentes em nosso País, em especial a bioenergia, o Brasil foi indicado pela Organização das Nações Unidas (ONU) como uma das lideranças no Diálogo de Alto Nível em Energia e selecionado como país líder no tema sobre transição energética, um dos eixos centrais da iniciativa.
Ainda no âmbito do Diálogo de Alto Nível da ONU sobre energia, o governo brasileiro apresentou pacto energético voluntário em biocombustíveis, cujo objetivo é reduzir a intensidade de carbono da matriz de transporte nacional em 10% até 2030. Isso equivale, em dez anos, a 620 milhões de toneladas de carbono evitadas na atmosfera, por meio das metas de descarbonização estabelecidas pela nossa Política Nacional de Biocombustíveis.
Além do RenovaBio, o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) instituiu, em abril de 2021, o Programa Combustível do Futuro, dando mais um passo na liderança do Brasil no tema transição energética.
O principal objetivo desse Programa é propor medidas para incrementar o uso de combustíveis sustentáveis e de baixa intensidade de carbono, bem como o desenvolvimento de tecnologia veicular nacional com vistas à descarbonização da matriz nacional de transportes.
Diante de todos esses desafios, o Brasil segue firme, contribuindo de forma significativa para a redução de emissões e ratificando o seu papel de importante liderança na transição energética para uma economia mundial de baixo carbono.
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