Quatro em cada cinco pessoas, ou 80% da população mundial, querem que seus governos tomem medidas mais fortes para enfrentar a crise climática. É o que aponta a maior pesquisa independente sobre mudanças climáticas, a People’s Climate Vote 2024, realizada pelo Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas (PNUD), a Universidade de Oxford, do Reino Unido, e a empresa internacional de pesquisa GeoPoll.
O levantamento, que contou com a participação de 73 mil indivíduos de 77 países, também destaca que 86% querem que os governos deixem de lado as diferenças geopolíticas e trabalhem em conjunto nas questões ambientais.
“A People’s Climate Vote 2024 é alta e clara. Os cidadãos globais querem que os seus líderes transcendam as suas diferenças, ajam agora e ajam com ousadia para combater a crise climática”, afirmou Achim Steiner, administrador do PNUD, em comunicado de imprensa.
Ele acrescentou que os resultados revelam um nível de consenso que é “verdadeiramente surpreendente”. “Instamos os líderes e os decisores políticos a tomarem nota, especialmente à medida que os países desenvolvem a sua próxima ronda de compromissos de ação climática – ou ‘contribuições determinadas a nível nacional’ no âmbito do Acordo de Paris. Esta é uma questão com a qual quase todos, em todos os lugares, concordam”, pontuou.
Maiores emissores
A pesquisa revelou apoio a uma ação climática mais forte em 20 dos maiores emissores de gases de efeito estufa do mundo, com maiorias variando de 66% das pessoas nos Estados Unidos e na Rússia, 67% na Alemanha, 73% na China, 77% na África do Sul e Índia, 85% no Brasil, 88% no Irã e 93% na Itália.
Em cinco grandes emissores (Austrália, Canadá, França, Alemanha e Estados Unidos), as mulheres foram mais a favor do reforço dos compromissos do seu país. Esta disparidade foi maior na Alemanha, onde elas tinham 17% mais probabilidades do que os homens de quererem mais ação climática (75% x 58%).
Além do apelo para medidas ambientais mais fortes, 72% das pessoas consultas afirmaram ser a favor de uma transição rápida para energias limpas e o abandono dos combustíveis fósseis. Isso acontece em oito dos dez maiores produtores de petróleo, gás a carvão do mundo. No Brasil, 81% apoiam a transição rápida, sendo que 61% disseram que querem que esse processo aconteça muito rapidamente.
Ansiedade climática
O People’s Climate Vote 2024 também mostra que mais da metade das pessoas sentem ansiedade climática. Globalmente, 56% dos participantes relataram que pensam no aquecimento global e suas consequências regularmente (diariamente ou semanalmente), incluindo cerca de 63% dos que vivem em países menos desenvolvidos.
Cinquenta e três por cento ainda afirmaram estar mais preocupadas com o clima agora do que no ano passado. O valor correspondente foi mais elevado para os países menos desenvolvidos (59%). O Brasil ficou em sétimo lugar.
Ainda em relação aos brasileiros, 70% indicaram que vivenciaram alguma experiência de evento climático extremo recentemente, 85% defendem que o país fortaleça seus compromissos e 93% defendem educação climática e 90% a proteção a eventos climáticos como prioridades.
Outro dado do inquérito foi que 69% das pessoas em todo o mundo afirmaram que as suas grandes decisões, como onde viver ou trabalhar, foram afetadas pelas mudanças climáticas. A proporção também foi mais elevada nos países menos desenvolvidos (74%).
Fonte: Um Só Planeta
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