No início de 2017, o governo dos Estados Unidos impôs sanções e tarifas sobre a entrada de biodiesel argentino no país com a alegação de que o produto recebe subsídios em seu país de origem, tornando-o "desleal" na concorrência direta. Agora, com um argumento semelhante, a União Européia quer fazer o mesmo.
Os produtores argentinos, associados a Câmara Argentina de Biocombustíveis (Carbio), expressaram sua "preocupação" com a investigação que a União Européia deve iniciar em breve, por supostos subsídios na produção nacional de biodiesel.
"Nós temos que defender a produção nacional com valor agregado, confiamos que a União Européia (UE) alcançará um resultado lógico que favoreça a Argentina", disse Telam Luis Zubizarreta, chefe da Carbio.
A denúncia foi levantada pelo Conselho Europeu do Biodiesel, entidade que reúne as empresas de produção no Velho Continente, incluindo a multinacional Cargill, Bunge e a Americana ADM.
As fontes do setor privado acreditam que, como teria acontecido nos Estados Unidos, a ADM é a empresa que "encabeça" a denúncia apresentada na Europa. "Eles são os que alimentaram a reclamação nos Estados Unidos e também têm plantas na Europa, faz muito sentido que estejam empurrando essa nova investigação", disse uma fonte no setor.
Se uma investigação, com um resultado negativo para a Argentina avançar, o mercado europeu de biodiesel doméstico poderá ser fechado novamente antes do final deste ano.
"Estamos preocupados, mas estamos otimistas", disse Zubizarreta, ao salientar que "hoje estamos enviando muito do que perdemos com o fechamento do mercado dos EUA para a Europa, mas com preços mais baixos e margens mais baixas".
No início de 2017, o governo dos Estados Unidos impôs sanções e tarifas sobre a entrada de biodiesel argentino em seu mercado, sob um argumento semelhante ao que a União Européia agora propõe, a alegada existência de subsídios para a produção argentina.
Em meados do ano passado, o biodiesel argentino conseguiu voltar a entrar no mercado europeu depois que o governo reclamou à Organização Mundial do Comércio (OMC) sobre uma decisão de 2012 que impediu a exportação de produção nacional para o bloco.
Fonte: Agritotal