O município de Castanhal (PA) sedia na próxima quarta-feira (31) o
'I Encontro da Cadeia Produtiva do Dendê: sistema de produção, mercado e desempenho econômico'. O evento é aberto a agricultores, técnicos e estudantes. Durante todo o dia, pesquisadores apresentarão informações e responderão dúvidas do público sobre diversos aspectos da cultura do dendê, como melhoramento genético, adubação, polinização, pragas e doenças, além do desempenho econômico.
De acordo com o diretor de eventos do Sindicato Rural de Castanhal, Eduardo Kataoka, o encontro é uma demanda dos produtores de dendê associados à entidade. No próprio município de Castanhal o cultivo não é expressivo, mas os municípios vizinhos como Igarapé-Açu, Santo Antônio do Tauá e Terra Alta concentram uma grande produção.
Kataoka conta que a maior preocupação atual entre os produtores é o preço da commodity, que sofreu uma queda nos últimos anos. Essa situação, no entanto, deve ser encarada com serenidade, segundo o pesquisador Alfredo Homma, da Embrapa Amazônia Oriental. Ele é um dos palestrantes do encontro e abordará contexto atual e as possibilidades da cultura do dendê. 'É comum os cultivos perenes sofrerem baixa temporária nos preços. Tem que ter paciência', afirma o pesquisador.
O fenômeno decorre, segundo Homma, da diferença de tempo entre o momento de plantar e aquele do início da colheita. Em uma época de preços bons, a cultura perene pode atrair muitos interessados que anos depois, quando se inicia a colheita, vão colocar seus produtos no mercado e influenciar no preço. 'O cacau, por exemplo, passou por um momento de preços baixos e hoje já se recuperou', argumenta.
A expansão e as oportunidades do cultivo do dendê devem ser entendidas em um contexto mais amplo, relacionado ao que Homma chama de um fenômeno de 'agriculturização' pelo qual passa o Pará. 'A mandioca deixou de ser a cultura com maior área cultivada no estado, cedendo o primeiro lugar à soja. Milho, reflorestamento, dendê e cacau completam o ranking. São plantios que estão avançando sobre áreas de pastagens degradadas', explica.
Com cerca de 200 mil hectares de dendê plantados, Homma avalia que o Pará pode dobrar essa área para atender ao mercado interno brasileiro, que hoje importa metade do que consome de óleo bruto de dendê e 90% do óleo de palmiste. 'São de 400 a 450 milhões de dólares gastos a cada ano com importações. Essas divisas podem permanecer aqui se o país se tornar autossuficiente em dendê', avalia o pesquisador.
O I Encontro da Cadeia Produtiva do Dendê é promovido pelo Sindicato Rural de Castanhal, Embrapa Amazônia Oriental, Emater e Secretaria de Agricultura Municipal de Castanhal. O evento acontece no Parque de Exposição Pedro Coelho Mota - Av. Presidente Getúlio Vargas, 7354.
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Fonte: Embrapa