(Bloomberg) -- A equação econômica da geração de eletricidade a partir de combustíveis fósseis está se deteriorando rapidamente diante da queda de custos das tecnologias de energia renovável.
É esta a conclusão de um relatório da Bloomberg New Energy Finance (BNEF) sobre o nivelamento dos custos de energia, que contempla despesas com compras de equipamentos, pagamento de dívidas e operação de usinas com cada tecnologia. Na maioria dos lugares, sistemas de energia solar e eólica vão funcionar com menos recursos do que os sistemas a carvão até 2023, afirmou o grupo de pesquisa nesta quarta-feira (28/03).
"Algumas estações elétricas existentes movidas a carvão e gás, com custos de capital já amortizados, continuarão funcionando por muitos anos", disse Elena Giannakopoulou, chefe da área de economia energética da BNEF. "Mas a justificativa econômica para construção de mais capacidade com carvão e gás está ruindo."
O estudo de 104 páginas contextualizou os fatores que entram nos cálculos para definir a melhor forma de gerar eletricidade nos próximos anos. A BNEF examinou o setor em locais como China, EUA, Índia e Austrália e as principais tecnologias renováveis.
Um fator novo é que o custo das baterias de íon-lítio diminuiu 79 por cento desde 2010, de forma que a armazenagem de energia pode virar possibilidade nos próximos anos. O preço por megawatt-hora para geração de eletricidade em parques eólicos construídos em terra caiu 18 por cento neste início de 2018 para US$ 55, enquanto o custo com tecnologia fotovoltaica recuou 18 por cento para US$ 70.
Os sistemas solares e eólicos mais baratos agora se encontram na China e Índia, também campeãs em poluição. Por ora, são as fontes mais baratas de eletricidade, mesmo após o recuo significativo dos custos de energia solar e eólica.
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Fonte: Bloomberg