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22 mar 2018 - 01:07
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Contato com ar poluído, mesmo esporádico, aumenta o risco de ataque cardíaco, indica estudo

Casos de ataque cardíaco chegam a dobrar quando há alteração brusca na composição atmosférica de locais livres de poluição. Mudança na concentração de óxido de nitrogênio está ligada ao fenômeno


Pesquisadores têm mostrado como os altos índices de poluição atmosférica causam impacto na saúde das populações, incluindo a cardíaca. Um novo estudo divulgado na revista European Journal of Preventive Cardiology, porém, mostra que a preocupação em monitorar a quantidade de partículas que poluem o ar não deve se restringir a países e/ou cidades que enfrentam esse tipo de problema regularmente, como China e Índia. Mesmo em locais com o ambiente mais limpo, o aumento rápido de poluidores, principalmente o de óxido de nitrogênio, chega a dobrar o risco de ocorrência de ataque cardíaco.

Florian Rakers e colegas chegaram às conclusões conduzindo um estudo em Jena, cidade alemã com cerca de 110 mil habitantes e considerada um local com ar limpo. O registro de 693 casos de pacientes diagnosticados com ataque cardíaco e admitidos no Hospital Universitário da cidade entre 2003 e 2010 serviu de ponto de partida para os investigadores. 'Comparamos os dados de mudanças na concentração de ozônio, PM10 - partículas inaláveis suspensas no ar - e óxido de nitrogênio no ar pouco antes dos primeiros sintomas de ataque cardíaco de cada paciente com os de mudanças dos mesmos poluentes uma semana antes do ocorrido', explica Rakers, pesquisador da instituição universitária.

Os resultados mostraram que o aumento de mais de 20 miligramas por metro cúbico de óxido de nitrogênio em 24 horas foi associado ao registro de mais do que o dobro do risco de ocorrência de ataque cardíaco (121%). Quando a taxa chegou a 8 miligramas por metro cúbico, a vulnerabilidade caiu para 73%. 'Esse risco provavelmente não depende apenas de exposição a longo ou a curto prazo em um ambiente com alta concentração dessas partículas, mas também da dinâmica e da extensão de seu crescimento', pondera Rakers.

As variações repentinas de ozônio e PM10 não foram associadas à complicação cardíaca, muito embora a exposição a altas concentrações de ambos seja prejudicial à saúde humana, podendo causar doenças pulmonares, problemas cardiovasculares e aumento geral da taxa de mortalidade, ressalta o autor. Rakers também destaca que o estudo não buscou identificar as causas que levam ao aumento repentino dos poluentes.

No caso da mudança rápida na concentração de óxido de nitrogênio, porém, ele acredita que o problema possa ocorrer por alterações na intensidade do tráfego de veículos, como em um feriadão ou no começo das férias. Segundo o pesquisador, na União Europeia, os carros a diesel são a maior fonte de óxido de nitrogênio - mais de 50% são gerados pela combustão de combustíveis fósseis. 'Os óxidos de nitrogênio são emitidos principalmente pelos transportes, é preciso reduzir o tráfego de carros em nossas cidades', defende.

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Fonte: Portal Uai
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