Há pouco mais de dois anos, em dezembro de 2015, o Brasil foi um dos 195 signatários do 'Acordo de Paris', para manter o aumento da temperatura média global a bem menos que 2°C (próximo de 1,5ºC) até o fim do século. O valor é associado a um nível de mudança climática considerado como minimamente seguro aliado a desenvolvimento econômico satisfatório para as nações.
No 'Acordo de Paris', o Brasil se propôs a reduzir suas emissões em 37% até 2025 em relação a 2005, com uma meta indicativa de 43% até 2030.
Para que isto aconteça, é primordial zerar a emissão de gases do efeito estufa até a metade do século, ou seja, pôr fim à dependência dos combustíveis fósseis, ao passo em que fontes renováveis - e limpas - como a solar, eólica e biomassa, ganhem espaço.
Há alguns anos, as energias provenientes do sol e do vento vêm pouco a pouco ganhando espaço no Brasil e no mundo. Contudo, hoje é incerto que o país chegue a 2050 com 100% de participação de fontes renováveis em sua matriz energética.
Para o secretário-executivo do Observatório do Clima e também membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza Carlos Rittl, falta uma política de 'alinhamento' ao país. 'Existe uma imensa contradição. A gente não tem clareza. No ano passado, ao mesmo tempo que aprovou isenção fiscal no setor de petróleo até 2040, parte do problema, criou o RenovaBio [Política Nacional de Biocombustíveis], parte da solução. À exceção desse programa, o Brasil não sabe o que pretende sobre matriz energética. O avanço acontece mais por forças de mercado', diz.
Rittl cita o PDE (Plano Decenal de Expansão de Energia) 2026, apresentado no ano passado, que considerou tímido e que 'coloca dúvidas sobre qual caminho será seguido'.
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