A Comissão Mista Permanente sobre Mudanças Climáticas (CMMC) realiza na quarta-feira (8), a partir das 14h30, uma audiência pública para debater a candidatura do Brasil para sediar a Conferência das Partes da Organização das Nações Unidas (COP-25) em 2019. Será o quarto evento mundial sobre mudanças climáticas desde que o Acordo de Paris foi firmado, em dezembro de 2015.
Os países signatários do acordo se comprometeram a limitar as emissões de poluentes para conter o aumento da temperatura global em menos de dois graus Célsius. Um dos compromissos do Brasil é cortar 37% das emissões de gases de efeito estufa até 2025, e 43% até 2030.
A CMMC deve trabalhar para que o Brasil seja sede do evento. Essa é a sugestão do relator, senador Jorge Viana (PT-AC). Segundo ele, o Brasil tem todos os pré-requisitos para sediar um evento mundial como a COP e o país seria mais uma vez protagonista em assuntos ambientais.
Foram convidados para a reunião o embaixador José Antonio de Carvalho, subsecretário-geral de Meio Ambiente, Energia, Ciência e Tecnologia do Ministério das Relações Exteriores; Thiago Mendes, secretário de Mudança do Clima e Florestas do Ministério do Meio Ambiente; Alfredo Sirkis, coordenador-executivo do Fórum Brasileiro de Mudança do Clima (FBMC); Sarney Filho, ex-ministro do Meio Ambiente e um representante da hidrelétrica Itaipu.
Candidatura
A proposta de o Brasil sediar a COP-25 foi feita em novembro, durante a última conferência do clima (COP-23), em Bonn, na Alemanha. No evento, o então ministro do Meio Ambiente Sarney Filho ofereceu o Brasil como sede da COP. A oferta foi registrada no final da COP-23 em documento divulgado no site da convenção (UNFCCC).
As Nações Unidas adotam um sistema de rodízio entre regiões do mundo para sediar conferências do gênero. Conforme regulamento da organização, a próxima deveria ocorrer em um país da América Latina e Caribe. Para isso, deve haver consenso no grupo.
Segundo a rede de entidades da sociedade civil Observatório do Clima, a Venezuela vem barrando todas as nomeações e indicações no âmbito da ONU que venham do chamado Grupo de Lima, conjunto de 14 países latino-americanos e caribenhos formado em 2017. O grupo não reconhece a Constituinte venezuelana e tem se manifestado contra a 'ruptura da ordem democrática' na Venezuela. O Brasil participa do grupo junto a países como Peru, Chile e Colômbia.