O objetivo é obrigar as empresas a pagarem por suas emissões, criando um incentivo de introdução de mecanismos que reduzam a poluição.
A China, o maior poluidor do mundo, vai lançar um mercado de emissões de carbono para tentar reduzir a poluição. O plano foi anunciado nesta terça-feira (19) e, neste primeiro momento, destina-se apenas ao setor público de produção de energia, baseado em combustíveis fósseis que, no ano passado, foi responsável por metade das emissões do país.
O mecanismo visa criar um mercado de emissões de dióxido de carbono, que já são obrigatórias em grande parte da indústria europeia, mas ainda não existem na China, país que produz mais gases com efeito de estufa do que os Estados Unidos e a Europa juntos. Desta forma, o direito de lançar emissões para a atmosfera passa a ter um custo para as empresas, constituindo um incentivo para que tomem medidas no sentido de reduzir essas emissões.
Poluição na China triplicou desde 2000
O novo mercado deverá negociar anualmente cerca de 3,3 bilhões de toneladas métricas de emissões de dióxido de carbono, contra os dois bilhões de toneladas negociadas em toda a Europa.
A iniciativa é vista com grande agrado pelos ambientalistas, apesar de ser ainda considerada insuficiente. O enorme aumento do número de automóveis, a industrialização da agricultura e as grandes fábricas de produtos químicos, cimento e aço ainda não são abrangidas apesar de serem grandes poluidores. Só desde o ano 2000, as emissões triplicaram, segundo a Agência Internacional de Energia.
Experiência piloto com pouca adesão
A iniciativa chinesa para tentar travar o aquecimento global tem na base muitas razões internas. O aumento do nível das águas do mar seria devastador para a costa do país, altamente povoada. A opinião pública chinesa também tem se mostrado gradualmente mais preocupada com a poluição urbana e a qualidade da água e dos solos.
Este programa vem alargar, a nível nacional, uma experiência piloto que acontece em cinco cidades e duas províncias no país. A experiência cobre uma série de setores contudo, o volume de negócios no mercado de emissões é ainda bastante baixo. Em quatro anos, foram transacionados apenas 400 milhões de dólares em títulos.
Fonte: Renascença
