Após uma denúncia da indústria europeia de biodiesel (EBB) apresentada em 31 de janeiro, Bruxelas está investigando se o biodiesel argentino é ou não subsidiado.
Luis Zubizarreta, presidente da Câmara de biocombustíveis da Argentina (Carbio) que agrupa os principais produtores e líderes na exportação, comemorou em novembro passado, depois de arbitragem da OMC (Organização Mundial do Comércio), o levantamento das barreiras alfandegárias impostas pelos europeus contra o biodiesel argentino no final de um litígio de quase cinco anos.
Hoje, reagindo à nova investigação anti-subsídios realizada por Bruxelas, Luis Zubizarreta estava confiante. "Vamos colaborar durante toda a investigação (que deve durar 13 meses, nota do editor), como sempre fizemos, mas,claramente, a indústria europeia simplesmente quer aumentar ainda mais a barreira protecionista que já existe quanto ao seu mercado. Não há subsídio na Argentina para a produção de biodiesel. Isso iria contra os compromissos assumidos pelo país com a Organização Mundial do Comércio ", acrescentou.
Impostos de exportação diferenciados
A tributação sobre os produtos de soja é interpretada pela Europa como um subsídio implícito. Segundo o economista argentino Martín Kalos, "a Argentina não subsidia sua soja. No entanto, possui uma política diferenciada de imposto de exportação, o que favorece a exportação de produtos com maior valor agregado. "
Soja é tributada em 30%, óleo e torta em 27% e biodiesel em apenas 8% (decisão tomada em dezembro de 2017 pelo governo Macri, que entrou em vigor no início de 2018) .
A tonelada de biodiesel é exportada a 642 dólares a tonelada contra 582 dólares pelo petróleo. "Esta política fiscal não é ilegal"
, acrescenta Luis Zubizarreta. "É óbvio que a soja é muito mais barata em nosso mercado doméstico, portanto, produzir biodiesel é mais barato também. "
Mas para o economista, essa é uma "prática comum" que nada tem a ver com concorrência desleal. "Essa pesquisa, nada mais é, que uma ação dos produtores europeus, assim como os norte-americanos, que buscam ganhar tempo para evitar que seu mercado seja inundado por um produto muito mais competitivo".
A publicação original, em francês, você confere
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Fonte: Ouest France