O Brasil é o segundo maior produtor e consumidor de biodiesel no mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos
Com produção e consumo de 7 bilhões de litros projetados para 2020, o Brasil ocupa a segunda posição como maior produtor e consumidor de biodiesel no mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, onde é possível encontrar até B20 (diesel com 20% de biodiesel) nos postos. A Indonésia disputa o segundo lugar com o Brasil, e já fala em usar B40. De acordo com o presidente da União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio), Juan Diego Ferrés, o biodiesel representa o equilíbrio. “Equilibra as emissões de carbono, que há centenas de anos se acumulam na atmosfera pelo uso dos combustíveis fósseis. Equilibra também a exploração dos potenciais brasileiros, reduzindo importação de combustível e fortalecendo a indústria”, destaca.
Com o uso de 7 bilhões de litros de biodiesel este ano, o Brasil deve reduzir a emissão de cerca de 13.3 milhões de toneladas de CO2. “É como se plantássemos 105 milhões de árvores, o suficiente para ocupar 980 mil campos de futebol (700 mil hectares). As vantagens de usarmos cada vez mais biodiesel são inúmeras. Estamos reduzindo a poluição que sai do escapamento dos ônibus e caminhões e ao mesmo tempo garantindo estabilidade no preço do diesel. Além disso, o biodiesel é o combustível do desenvolvimento, porque fortalece a economia e a indústria nacional”, acrescenta Ferrés.
Por ser vendido às distribuidores de combustíveis em leilões bimestrais, o preço do biodiesel fica estável por pelo menos dois meses, e antes mesmo de chegar às bombas, o consumidor pode saber qual será o preço do biocombustível, pois os leilões são públicos e os resultados divulgados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis. “Uma das grandes vantagens dessa comercialização do biodiesel via leilões é que garante maior transparência para o consumidor, e concorrência de preços, pois são mais de 30 produtoras ofertando o produto, e as distribuidoras buscam pelo melhor preço”, explica o vice-presidente técnico da Ubrabio (União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene), Marcos Boff.
Outro ponto importante é a qualidade. Nos últimos dois anos, o Brasil realizou o maior programa de testes do mundo para validação do uso de misturas de biodiesel até 20% em motores a Diesel. Esse programa foi coordenado pelo Ministério de Minas e Energia (MME), com participação dos produtores de biodiesel e da indústria automotiva. Como resultado, hoje, o produto tem uma especificação ainda mais rigorosa, que aumentou seu tempo de prateleira, isto é, sai das usinas com uma “validade” maior, fazendo do biodiesel o melhor combustível do Brasil.
Pré-sal verde
Com o mundo caminhando rumo à transição para energia limpa em substituição aos combustíveis fósseis, o biodiesel é o pré-sal verde brasileiro. “Além de ser um produto que promove a segurança energética e alimentar, os biocombustíveis também asseguram um processo de economia mais sustentável. Quanto mais usamos biocombustíveis no processo de industrialização, maior é a geração de valor agregado ao produto e a verticalização da produção regional. Algo diferente do que ocorre hoje no País como no caso da soja, por exemplo, em que cerca de 80% é exportada sem agregação de valor. Ou seja, exportamos empregos, ao invés de gerar postos de trabalho no Brasil”, explica o diretor superintendente da Ubrabio, Donizete Tokarski. A legislação brasileira prevê que a mistura obrigatória de biodiesel avance um ponto percentual ao ano, até alcançar o B15 (15% de biodiesel em 2023). Esses aumentos devem ocorrer sempre no dia 1 de março de cada ano.
Fonte: Brasil Agro
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