Em 2017, mereceu destaque a promulgação da Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio), cujo objetivo é reconhecer o papel estratégico dos biocombustíveis na matriz energética brasileira, com relação à segurança do abastecimento e à mitigação das emissões de gases causadores do efeito estufa no setor de combustíveis.
Esta edição da Análise de Conjuntura dos Biocombustíveis mostra que a combinação de diversos fatores proporcionou uma contração do setor sucroenergético em 2017: o processamento da cana foi de 636 milhões de toneladas, 5,3% inferior ao ano anterior. A queda do preço médio do açúcar no mercado internacional reduziu a atratividade para sua produção, que caiu 2%, atingindo 38,1 milhões de toneladas. Os volumes produzidos de etanol também diminuíram, totalizando 27,7 bilhões de litros, queda de 3,2%. O documento descreve o primeiro saldo negativo na balança comercial deste biocombustível.
O ano de 2017 apresentou o primeiro aumento no licenciamento anual de veículos leves, após um período de quatro quedas consecutivas. Neste ano, a relação entre os preços médios do etanol hidratado e da gasolina C (PE/PG) manteve-se desfavorável ao biocombustível em vários estados, com a razão média nacional estável em 71%. Desta forma, enquanto o consumo de gasolina C cresceu 4%, subindo a 44,3 bilhões de litros, a demanda do etanol hidratado decresceu 7%, alcançando 14,5 bilhões de litros, o que resultou em um aumento na demanda total do ciclo Otto de 2%.
A bioeletricidade proveniente das usinas do setor sucroenergético injetada no SIN manteve-se no mesmo patamar com 2,4 GWméd em 2017, 0,9% superior a 2016.
As emissões evitadas pelo uso de etanol, biodiesel e bioeletricidade da cana em 2017 foram de 47 MtCO2eq, 10 MtCO2eq e 3 MtCO2eq, respectivamente, somando 60 MtCO2eq.
Em relação ao biodiesel, o percentual mandatório foi elevado para 8% em março de 2017. O teor de 10% foi antecipado em um ano, vigente desde março de 2018. Sua produção foi de 4,3 bilhões de litros, 13% superior a 2016.
Esta edição também apresenta um artigo que trata sobre a Política Nacional dos Biocombustíveis (RenovaBio), seus objetivos, possíveis desdobramentos e os trabalhos desenvolvidos pela EPE com vistas a subsidiar o MME. O documento descreve de que forma as ações da EPE buscam cooperar para o êxito dessa importante política pública. A previsibilidade de longo prazo para o setor de biocombustíveis dependerá do adequado balanceamento das metas de descarbonização para os agentes de mercado de combustíveis e para a sociedade civil como um todo.
A nona edição da Análise de Conjuntura dos Biocombustíveis da Empresa de Pesquisa Energética - EPE está disponível no link:
Análise de Conjuntura dos Biocombustíveis
Fonte: EPE