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17 abr 2025

Transporte marítimo na rota da descarbonização

Edital da Folha de S. Paulo

Na guerra pela sobrevivência em que se converteu a crise do clima, com eventos meteorológicos extremos a flagelar populações em todo o planeta, sobressai a procrastinação nas tratativas internacionais.

Há raros avanços, porém, como no acordo alcançado pela Organização Marítima Internacional (IMO, em inglês), que anunciou, no dia último dia 11, o compromisso de reduzir emissões líquidas de carbono a zero até 2050. É o primeiro arranjo setorial de descarbonização capitaneado por uma instituição da Organização das Nações Unidas (ONU).

A indústria de navegação, de fato, responde por só 3% dos gases de efeito estufa, lançados primordialmente pela queima de combustíveis fósseis. Corresponde a menos de um quinto da poluição climática no transporte de mercadorias e pessoas, em que o modal rodoviário é o maior emissor.

A contribuição mais destacada para o aquecimento global, cerca de um terço, vem da eletricidade —nada menos que 60% de sua geração emprega combustíveis fósseis, com destaque para carvão mineral. Outra atividade poluidora importante (15%) é o uso da terra, que engloba agropecuária e desmatamento.

Todos esses setores e países precisariam adotar para 2050 a meta “net-zero”, segundo o jargão climático, para que se alcance o objetivo prudencial de não ultrapassar 1,5ºC de aquecimento da atmosfera neste século, como estipula o Acordo de Paris (2015). Mas as emissões globais seguem em alta, e os dez anos mais quentes desde a Era Industrial recaem todos na última década corrida.

O acerto obtido pelos integrantes da IMO, que representam 97% de toda a carga transportada no mundo, combina limites mandatórios para emissões por navios e precificação de gases do efeito estufa ainda lançados. Armadores que lograrem cumprir a meta antes do prazo ou forem além dela ganham créditos que podem vender para os deficitários.

O acordo entra em vigor em 2027 e tem marcos intermediários fixados para 2030 e 2040.

Haverá um fundo para financiar desenvolvimento de tecnologias e combustíveis de baixa emissão ou neutros em carbono, além de fomentar adoção de inovações por países menos desenvolvidos. Quem não cumprir as metas pagará à IMO multas entre US$ 100 e US$ 380 por tonelada de CO2 emitida.

Propostas mais ambiciosas, como a da União Europeia, foram rechaçadas. De todo modo, a iniciativa setorial, por limitada que seja, constitui um primeiro passo que precisa ser dado em todos os quadrantes da economia global.

Fonte: Folha de S. Paulo

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