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17 abr 2025

Setor de biodiesel quer COP30 como vitrine de eficiência para superar o ‘food or fuel’

Mostrar que não há competição entre a produção de alimento e a de biocombustíveis, mas complementariedade. Eis o desafio da indústria nacional de biocombustíveis durante a COP30, a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, que acontece em novembro em Belém, no Pará.

A ideia é que a indústria apresente seus feitos, incluindo o arcabouço legal recém-aprovado, e consiga tornar ultrapassada a celeuma sobre “food or fuel” — alimento ou combustível, em inglês — que cerca a produção de biocombustíveis. O objetivo final é mostrar que o Brasil não padece desse dilema, pois as demandas, aqui, são complementares.

“O ponto de discussão nos biocombustíveis é mostrar que não há competição entre ‘food or fuel’, mas complementariedade”, afirmou João Henrique Hummel, diretor-executivo da Frente Parlamentar Mista do Biodiesel, durante seminário sobre biocombustíveis promovido ontem pela Abiove (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais).

Segundo ele, o contexto de superprodução de óleo de soja — o Brasil tem capacidade de produzir 30 bilhões de litros versus um consumo estimado em 4 bilhões de litros — e a oportunidade única representada pela safrinha de milho colaboram para um protagonismo.

O papel do setor público nesse contexto, ele diz, é tornar o mercado previsível para todos os agentes. “Cabe ao governo colaborar gerando previsibilidade de investimentos, com políticas públicas para que a gente chegue ao B20 e, depois, ao B25”, afirmou Hummel. Nas siglas, ele se refere aos mandatos para mistura de biodiesel no diesel comercial, que atualmente está fixado em 15%.

Também presente no evento, Daniel Maia, diretor da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), disse que o assunto não diz respeito apenas à sustentabilidade, mas também à segurança energética: “É uma preocupação mundial e que passa por diversos fatores, como a guerra da Ucrânia e, mais recentemente, os fechamentos de mercados por meio de taxas de importação”.

O diretor da ANP defendeu um alinhamento entre Executivo e Legislativo na discussão sobre segurança alimentar e política energética, mas chamou a atenção também para a necessidade de o próprio governo falar a mesma língua. 

“Por vezes nos deparamos com um antagonismo de posições, fruto das relações políticas. E isso reprime desenvolvimentos em tecnologias e investimentos. Hoje, é fundamental fortalecer uma definição clara no âmbito do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE)”, afirmou.

Demanda crescente

A demanda por biodiesel deve continuar crescendo em 2025, atingindo 9,6 bilhões de litros, o que representa uma alta de 4,8% em relação ao ano anterior. Para 2026, a alta prevista é de 9,1%, para 10,5 bilhões de litros, segundo a EPE (Empresa de Pesquisa Energética).

Presente no mesmo evento, Rafael Barros Araujo, consultor técnico da EPE, destacou a importância de continuar aumentando a produção de biodiesel em meio a uma demanda crescente pelo diesel convencional — em 2025, o consumo de diesel deve crescer 2,5% e, no ano seguinte, 2,8%, atingindo 72 bilhões de litros.

“Com uma demanda maior de diesel no futuro, vamos estressar ainda mais o parque de refino nacional de derivados de petróleo. Em paralelo, também teremos necessidades adicionais de importação de diesel se o biodiesel não tiver uma elevação. Então o aumento na produção do biodiesel pode trazer uma segurança energética para o futuro e uma retenção de divisas dentro do País”, comentou.

Considerando tanto o etanol como o biodiesel, o impacto total dos biocombustíveis no Brasil nos últimos 50 anos representa US$ 251 bilhões em importações de petróleo evitadas, o equivalente a 3,33 bilhões de barris de petróleo economizados e 1,64 milhões de tonelada de CO2 evitadas. Os cálculos, apresentados por Marlon Arraes, diretor do departamento de biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia, consideram os preços do petróleo corrigidos pela inflação do dólar até 2024.

Fonte: The Agribiz

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