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7 nov 2025

Relatório da ONU aponta mundo ‘fora do rumo’ e prevê aquecimento de 2,5ºC

As novas promessas, se cumpridas integralmente, reduziriam as emissões globais em cerca de 15% até 2035 em relação a 2019, muito aquém dos 55% necessários para manter vivo o limite de 1,5°C. Com as políticas atuais, o planeta caminha para 2,8°C de aquecimento, nível considerado catastrófico para ecossistemas e economias.

Andersen destacou que, embora os planos climáticos nacionais tenham proporcionado algum avanço, o ritmo das ações está muito aquém do necessário. Ela diz que é por isso que o mundo ainda precisa de cortes sem precedentes nas emissões, em um cenário de janela de tempo cada vez mais estreita e de ambiente geopolítico cada vez mais desafiador.

Cenário mais otimista também não cumpre Acordo de Paris. O cenário mais otimista, que combina a implementação total das NDCs condicionais e todas as promessas de emissão líquida zero (net-zero), limitaria o aquecimento a 1,9°C ao longo do século, o que se manteve inalterado em relação ao ano passado.

Ainda é possível reverter o quadro, ainda que por pouco. Segundo a diretora do Pnuma, as soluções já estão comprovadas e disponíveis, desde o rápido crescimento das energias renováveis de baixo custo até o combate às emissões de metano. A executiva defendeu que chegou o momento de os países se comprometerem plenamente e investirem no próprio futuro por meio de uma ação climática ambiciosa, capaz de gerar crescimento econômico mais rápido, melhor saúde pública, mais empregos, segurança energética e resiliência.

O relatório alerta ainda que a média global de temperatura ultrapassará 1,5°C nas próximas décadas, ainda que de forma temporária. Reverter essa tendência exigirá cortes imediatos e profundos nas emissões, combinados a investimentos em tecnologias de remoção de carbono, Cada 0,1°C de aquecimento adicional representa mais perdas humanas e econômicas, maior risco de colapso de ecossistemas como o da Antártida Ocidental e maior dependência de tecnologias ainda não comprovadas.

Apesar do quadro preocupante, o documento também destaca avanços na última década: o custo da energia solar e eólica despencou, o número de países com metas de neutralidade de carbono disparou e o uso de tecnologias limpas cresceu acima das projeções. “As ferramentas existem”, afirma Andersen. “O que falta é vontade política.”

O Pnuma ressalta que o desafio é global, mas que a liderança do G20 será decisiva. Os membros do grupo, responsáveis por 77% das emissões, aumentaram seus níveis de gases de efeito estufa em 0,7% em 2024 e não estão no caminho para cumprir nem suas metas de 2030. Para reverter o quadro, o relatório propõe um esforço imediato capaz de cortar as emissões em 26% até 2030 e 46% até 2035, com forte apoio financeiro e tecnológico aos países em desenvolvimento.

O relatório conclui que cada fração de grau evitada significa menos danos, menos custos e mais oportunidades de crescimento sustentável. “A ação climática não é filantropia”, resume Andersen. “É um ato de sobrevivência — e de interesse próprio para todas as nações.”

Fonte: UOL Ecoa

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