A Kepler Weber anunciou há pouco que vai construir para a Be8 sua maior unidade de armazenagem e beneficiamento de grãos dos últimos cinco anos. Localizada no município de Passo Fundo, no Rio Grande do Sul, a estrutura será capaz de receber, pré-limpar, secar e estocar 160 mil toneladas, em um conjunto de oito silos.
A obra será realizada no complexo da Be8 onde está sendo erguida uma planta para a produção de etanol e farelo a partir de cereais (milho, trigo e triticale), além de uma fábrica de glúten vital, um concentrado proteico, e DDG, subproduto do milho usado em nutrição animal. O projeto marca a diversificação da Be8, companhia controlada pelo empresário Erasmo Carlos Battistella que fatura cerca de R$ 10 bilhões por ano e já é uma das maiores produtoras de biodiesel do país, com atividades também no Paraguai e na Suíça.
Segundo informações atualizadas, o complexo gaúcho da Be8 terá capacidade para processar 525 mil toneladas de cereais, produzir 220 milhões de litros de etanol – sobretudo de trigo – e gerar 155 mil toneladas por ano. As obras começaram em julho de 2024 e as novas operações deverão estar a pleno vapor no segundo semestre de 2026. Do investimento total que está sendo aplicado, da ordem de R$ 1,2 bilhão, a empresa obteve financiamento, há pouco mais de um ano, de R$ 729,7 milhões com o BNDES.
Segundo Leandro Luiz Zat, vice-presidente de operações da Be8, o volume de etanol que será produzido em Passo Fundo é suficiente para cobrir pouco menos de um quarto da demanda por etanol anidro do Rio Grande do Sul, que tem déficit nessa frente e é obrigado a trazer o biocombustível de outros Estados. A companhia acredita que o projeto, pioneiro, vai impulsionar a produção de trigo do Estado, que hoje ocupa cerca de 1,5 milhão de hectares na safra de inverno, ante os 7 milhões da soja no verão.
Para a Kepler Weber, que faturou mais de R$ 1,6 bilhão em 2024, o novo contrato representará uma expressiva geração de receita, sobretudo a partir do segundo semestre deste ano. Bernardo Nogueira, CEO da companhia, realçou que a KW está participando ativamente de projetos de expansão da produção de etanol de milho no Brasil, fechou três contratos com clientes de biocombustíveis nos últimos 12 meses e está envolvida atualmente em sete concorrências no segmento.
Fonte: NPagro