A indústria de biocombustíveis do Brasil lança nesta sexta-feira, na COP30, a Carta de Belém, que propõe um esforço internacional coordenado para quadruplicar a produção e o uso de combustíveis sustentáveis até 2035, em linha com recomendações da Agência Internacional de Energia (IEA).
O documento busca chamar a atenção para a experiência do Brasil, que comemora 50 anos do Proálcool, com uso em larga escala de etanol hidratado nos carros flex, além de misturas de 30% do biocombustível anidro na gasolina comercializada nos postos. O país ainda mescla 15% de biodiesel no diesel.
“Nossa mensagem ao mundo é que não há uma solução única. A rota brasileira, que une o sucesso do etanol, o potencial do biometano e do biodiesel, e o avanço da bioeletrificação, é um caminho testado e disponível para acelerar a transição global de forma justa, imediata e pragmática”, afirmou o presidente do Instituto Mobilidade de Baixo Carbono Brasil (MBCBrasil), José Eduardo Luzzi, em nota.
A participação da bioenergia na matriz energética total do Brasil, que inclui eletricidade, calor industrial e transportes, é de 29% do total, segundo as entidades signatárias da carta: Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Associação Brasileira de Bioenergia (Bioenergia Brasil), Instituto MBCBrasil e União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica).
A carta, porém, estima que a transição energética exigirá de US$ 29 trilhões a 30 trilhões até 2030, e defende que até US$ 1,3 trilhão sejam direcionados a combustíveis sustentáveis em países em desenvolvimento (Fonte: Reuters).