De acordo com o relatório do Itaú BBA, a nova legislação americana Inflation Reduction Act (IRA), que entrou em vigor em 1º de janeiro de 2025, substituindo o programa anterior Biodiesel Blender Tax Credit (BTC), trouxe mudanças importantes ao mercado de biodiesel nos Estados Unidos. O crédito fiscal federal concedido para o biodiesel caiu de USD 1,00 por galão no programa antigo para USD 0,45 por galão, considerando a média ponderada das matérias-primas em fevereiro de 2025.
Nos EUA, o mandato federal de uso de biocombustíveis não exige uma mistura mínima obrigatória desses combustíveis renováveis no diesel fóssil, o que significa que o consumidor final precisa escolher usar o biodiesel voluntariamente. Para isso, os incentivos fiscais são essenciais para igualar a diferença de preços entre os combustíveis fósseis e os biocombustíveis, tornando-os competitivos no mercado.
Com a redução do crédito fiscal, a produção de biodiesel sofreu um impacto expressivo. No primeiro trimestre de 2025, a produção americana de biodiesel caiu 54% na comparação anual, enquanto a produção de diesel renovável recuou 25% no mesmo período. Embora se espere alguma recuperação da produção nos próximos meses, ela não deve alcançar os níveis observados no ano anterior.
Para o Brasil, os efeitos são indiretos, ocorrendo principalmente por meio das matérias-primas usadas na produção de biodiesel. A menor demanda americana tende a reduzir as exportações brasileiras de sebo bovino e causar uma queda relativa nos preços do óleo de soja, que deverá apresentar basis negativos — ficando mais barato no mercado interno do que nos EUA, o que pode beneficiar a indústria local.
Fonte: Agrolink
