As indústrias da cadeia de soja e biodiesel apresentaram em 2024 avanços de 3,9% na indústria de insumos e de 2,8% na agroindústria. O resultado da agroindústria foi influenciado sobretudo pelo forte avanço registrado na indústria de biodiesel, de 20,4%, segundo apontam estudos realizados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, em parceria com a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove). Apesar disso, o PIB da cadeia da soja e do biodiesel caiu 5% em 2024 frente ao ano anterior, pressionado pela quebra da safra da soja e seus reflexos negativos sobre os agrosserviços.
Em termos de exportações das macrorregiões brasileiras, a Centro-oeste se destacou como a principal região exportadora do complexo soja – farelo, óleo de soja e soja in natura –, representando 44,2% do valor total exportado, seguida pela região Sul, com 26,4% do valor total exportado pelo complexo soja. No que diz respeito aos subprodutos da cadeia – biodiesel, glicerol e proteína de soja – o Sul liderou as exportações, sendo responsável por 48,5% do valor total exportado no ano passado. As regiões Centro-Oeste, com 22,4%, e Sudeste (21,4%) também se destacaram.
Comércio exterior
As exportações da cadeia de soja e do biodiesel totalizaram 124,1 milhões de toneladas em 2024, queda de 2,5% em comparação com 2023. O valor exportado caiu 19,7%, totalizando US$ 54,2 bilhões. Segundo pesquisadores do Cepea/Abiove, a redução em valor em relação ao ano de 2023 ocorreu devido à menor produção nacional e à queda dos preços internacionais (-17,6%) – pressionados pela expressiva oferta global de soja.
A China continuou sendo o principal destino das exportações, respondendo por 59% do volume total escoado pela cadeia produtiva, mesmo com redução de 2,56% frente a 2023. A China teve destaque sobretudo para a soja em grão (73,4%) e para o glicerol (78,7%).
Para o óleo de soja, quase 80% do volume embarcado foi para o grupo de “outros países”, em que o destaque foi a Índia. Já para o farelo, os principais destinos foram a União Europeia (42,9%) e o Sudeste Asiático (32,4%), seguidos por Oriente Médio (12,4%) e Leste Asiático (7,9%).
As importações da cadeia produtiva cresceram expressivos 338,09% em volume, impulsionadas pela escassez de soja comercializável no mercado interno.
Fonte: Amanhã