Nos últimos anos, os biocombustíveis passaram por uma expansão significativa. Desde a década de 1970, quando a crise do petróleo impulsionou pesquisas sobre combustíveis alternativos, o setor evoluiu consideravelmente.
Além disso, em 2003, o Brasil lançou o Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB), que incentivou a adoção desse combustível no país. Posteriormente, em 2010, a mistura obrigatória de biodiesel ao diesel fóssil foi fixada em 5%, aumentando progressivamente até atingir 12% em 2023.
Simultaneamente, o crescimento global da busca por biodiesel, etanol, diesel renovável e biogás acelerou essa revolução energética. Conforme apontou a Agência Internacional de Energia (IEA) em 2021, a previsão é que, até 2028, a demanda mundial por biocombustíveis cresça pelo menos 30%.
Diante desse cenário, o Brasil consolidou sua posição como um dos maiores produtores do mundo.
Sem dúvida, o setor de transportes passou por uma grande transformação desde os anos 2000. Em 2007, o Brasil tornou-se o segundo maior produtor de etanol do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos.
Naquele mesmo ano, o governo implementou o programa RenovaBio, que entrou em vigor oficialmente em 2020 e passou a incentivar ainda mais a produção de energia renovável.
Ao mesmo tempo, a produção de biogás e biometano também ganhou força. Em 2014, foi criada a Associação Brasileira do Biogás e do Biometano (Abiogás) para regulamentar e promover a expansão desse combustível no país.
De acordo com a Agência Nacional do Petróleo (ANP), até 2023, a produção diária de biometano no Brasil superou 656 mil metros cúbicos.
Além disso, o etanol de milho começou a ganhar relevância no Brasil em 2017, quando as primeiras usinas especializadas entraram em operação no Mato Grosso. Como consequência desse avanço, até 2023, esse combustível já representava 20% da produção nacional, um crescimento impressionante. Afinal, em 2013, sua participação era inferior a 0,1%.
No setor aéreo, a necessidade de redução das emissões se intensificou ao longo das décadas.
Por essa razão, em 2009, a Organização Internacional da Aviação Civil (ICAO) estabeleceu metas para cortar pela metade as emissões líquidas da aviação até 2050. Como resultado, os investimentos em combustível sustentável de aviação (SAF) cresceram rapidamente.
Além disso, em 2021, a Boeing anunciou que todas as suas aeronaves comerciais seriam capazes de operar com 100% de SAF até 2030. No mesmo ano, a Airbus realizou os primeiros testes de voo utilizando SAF puro.
Paralelamente, a Petrobras e a Raízen começaram a investir na produção desse combustível no Brasil, visando atender à crescente demanda internacional.
Atualmente, a descarbonização da aviação segue como prioridade global. De acordo com a Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA), o SAF deverá representar 65% da redução das emissões do setor aéreo até 2050.
De forma semelhante, a evolução do biogás e biometano também ocorreu de maneira acelerada.
Por exemplo, em 2015, o Brasil inaugurou sua primeira planta comercial de biometano no Rio de Janeiro. Desde então, a produção cresceu significativamente.
Além disso, em 2019, o governo federal lançou o Programa Metano Zero, incentivando investimentos privados nesse setor.
Atualmente, empresas como Gás Verde, Urca Energia e Cocal Energia Renovável lideram a produção nacional de biogás. Segundo dados da Associação Brasileira do Biogás, em 2022, a produção teve um aumento de 25% em relação ao ano anterior.
No setor de transporte de cargas, grandes frotas já adotam biometano. Em 2023, a IVECO lançou o primeiro caminhão movido exclusivamente a biogás no Brasil, consolidando o avanço dessa tecnologia para veículos pesados.
Sem dúvida, o Brasil sempre esteve na vanguarda dos biocombustíveis.
Desde o lançamento do Proálcool em 1975, o país investiu constantemente nesse setor. Além disso, em 2019, a Agência Internacional de Energia reconheceu o Brasil como líder mundial em biocombustíveis, devido à sua matriz energética sustentável.
Nos últimos anos, o setor recebeu investimentos expressivos.
Por exemplo, em 2022, a Raízen anunciou um aporte de R$ 10 bilhões na produção de etanol de segunda geração. No mesmo ano, a Petrobras Biocombustíveis firmou parceria com a BP Bunge Bioenergia para expandir a produção de biodiesel.
Além disso, a União Europeia e os Estados Unidos estabeleceram novas diretrizes ambientais, tornando o biocombustível brasileiro ainda mais competitivo no mercado externo.
Como consequência desses avanços, em 2023, o Brasil exportou mais de 1 bilhão de litros de etanol para os EUA, reforçando sua posição de destaque.
Com as metas de descarbonização cada vez mais rigorosas, a tendência é que o Brasil continue expandindo sua presença global.
Por fim, o crescimento da indústria representa uma grande oportunidade econômica e ambiental.
À medida que novas tecnologias surgem e os investimentos aumentam, os combustíveis sustentáveis consolidam seu espaço como uma alternativa indispensável para um futuro energético mais limpo.
Fonte: Click Petróleo e Gás