Por Francisco Turra, presidente do Conselho de Administração da Associação dos Produtores de Biocombustíveis do Brasil (Aprobio) e do Conselho Consultivo da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABAP) e ex-ministro da Agricultura
A recém-concluída 48ª edição da Expointer, realizada no Parque Estadual de Exposições Assis Brasil, em Esteio, na grande Porto Alegre, foi uma celebração do campo num ambiente urbano. A vida rural ocupou nossos olhares e a nossa mente fazendo valer o conceito de que essa junção aponta para um mundo de paz, de esperança e de amor à natureza. Precisamos urbanizar os campos e ruralizar a cidade para promover esse sonho e transformá-lo em realidade.
A Expointer é nosso orgulho. Sintetiza tudo o que somos, reaproxima nossa história e a cada ano tem a capacidade de elevar o ânimo, especialmente quando o clima e as adversidades nos perseguem. Nunca deixa de cumprir seu propósito de apontar os caminhos, mostrar as inovações, os avanços e os bons exemplos.
Chamo atenção para outro aspecto admirável do evento: ele mostrou claramente que o alimento, as roupas, até mesmo a seda luxuosa, o vinho, o espumante, a cerveja, a cachaça e os móveis que enfeitam os lares, nascem exatamente no campo.
Estamos integralmente ligados. Sem o campo não há vida, e por essa razão o olhar da cidade deve abençoar o campo. Vivemos num mundo cada vez mais interconectado, onde a miséria e a fome vivem nos curtos espaços dos grandes centros enquanto o campo está isolado, no silêncio, às vezes no esquecimento.
A Expointer é o grito de alerta, o hino de amor e o canto de paz
Na pandemia, aprendemos a abrir nossas janelas e celebrar as gôndolas cheias de cor, de hortifrutigranjeiros, de flores, de cereais e de alimentos que não estavam ali por milagre, mas vinham de longe produzidos por mãos calejadas, que quase se escondiam no anonimato.
Quando circulamos na Expointer, nos lembramos que alguém, em algum lugar, está cuidando dos frangos, dos suínos, dos peixes, dos bois, do leite, e das proteínas animais como um todo, que chegam aos nossos pratos. A energia renovável que garante nossa mobilidade sustentável também vem do campo.
O evento tem o dom de apresentar e de explicar como tudo acontece. E para os que ignoram, esquecem, ou não valorizam, a Expointer é o grito de alerta, o hino de amor e o canto de paz que precisamos ouvir nas grandes cidades.
Fonte: Zero Hora