Agência Internacional de Energia alerta que perda por desativação dos reatores existentes equivale a 20% da nova energia gerada por eólicas e solares
OK. Existe um grande debate se a energia nuclear pode ser considerada limpa. Afinal, além da poluição associada à mineração do urânio, há o problema ainda insolúvel dos rejeitos radioativos por milhares de anos. Sem falar no risco de acidentes, como lembrou a tragédia em Fukushima, no Japão.
Mesmo assim, as usinas nucleares não emitem gases de efeito estufa diretamente. São uma forma de gerar eletricidade sem aumentar as emissões responsáveis pelas mudanças climáticas. Países da Europa, os Estados Unidos e outros contam com a fissão nuclear para abastecer a rede elétrica nos níveis atuais de emissões.
Agora, um alto executivo da Agência Internacional de Energia lembrou que o descomissionamento das usinas nucleares da Europa e dos EUA a partir de 2020 ameaça o cumprimento das metas para redução nas emissões. A não ser que os países construam novas usinas (o que leva tempo e custa caro) ou expandam o uso de energia renovável (o que parece estar ocorrendo mas não na velocidade desejada).
Sim. No caso americano, é verdade que o presidente disse que não ia honrar meta nenhuma de redução nas emissões e que estava abandonando o esforço do resto do planeta para equilibrar o clima. Mas muitos governos estaduais e grandes empresas do país afirmaram que vão manter os compromissos. E oficialmente não há como sair do Acordo de Paris.
Segundo a Agência Internacional de Energia (IEA na sigla em inglês), a eletricidade gerada pelas nucleares na Europa e nos EUA é hoje equivalente a três vezes o que vem das usinas solares e eólicas. Acontece que a maioria dos reatores foi construído nos anos 1970 e 1980. Eles devem chegar ao fim da vida útil por volta de 2020.
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