Reciclagem do material dá origem ainda à glicerina, matéria-prima para sabão e sabonetes, veja onde descartar
As sobras do óleo de cozinha que a costureira Sheila Alves Lopes, 61 anos, costuma destinar ao ralo da pia da casa onde mora, no bairro Boca do Rio, poderiam ser coletadas, recicladas e originar novos produtos, como detergente, sabão e até mesmo biodiesel - uma fonte de energia limpa e barata em comparação aos combustíveis fósseis. 'Vi na TV que é possível descartar, mas nunca soube de um lugar em Salvador que recolhesse esse tipo de material', justifica.
Uma vez descartado no meio ambiente, o óleo de cozinha libera substâncias que podem contaminar a água e o solo. Por essa razão, o ideal é colocá-lo em uma garrafa plástica ou de vidro e procurar um ponto de entrega. Uma pessoa chega a consumir dois litros de óleo por ano no mundo. Cada litro desse material despejado na rede de esgoto pode afetar aproximadamente um milhão de litros de água, segundo o professor e coordenador de doutorado em energia e ambiente, da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Ednildo Andrade Torres.
Na Ufba, Torres coordena um projeto chamado 'Biodiesel', que transforma o óleo de cozinha usado nessa fonte energética menos nociva. 'Transformamos o que era um problema, em solução', destaca o especialista. Utilizado em veículos de grande porte (como caminhões e ônibus), o diesel convencional prejudica de forma significativa o meio ambiente por ser poluente. Além disso, sofre constantes reajustes de parte do governo, uma das principais razões da greve dos caminhoneiros.
O processo que transforma o óleo de cozinha em combustível leva de seis a oito horas e passa por diversas etapas. Funciona assim: primeiramente, o óleo é filtrado, para não ter impurezas; depois é passado pelo reator, onde é feita a mistura com 'alcoolato' (álcool mais catalizador), e por último, o material vai para o decantador, onde é separado o biodiesel da glicerina - subproduto que é usado na produção de sabão, sabonete e detergente.
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