O mercado brasileiro começou 2019 mantendo o bom ritmo de embarques de soja, apesar de os novos negócios serem bem pontuais até este momento e de os volumes serem um pouco menores do que os observados em dezembro. o recuo das cotações no mercado interno mantém os vendedores retraídos, bem como a entrada da nova safra mantém os compradores também à espera de melhores oportunidades de comércio.
Ainda assim, de acordo com os últimos números da Secex (Secretaria de Comércio Exterior), o país embarcou 1.007 milhão de toneladas de soja nos primeiros oito dias úteis de janeiro, com uma média diária de 125,9 mil. O número impressiona, segundo explica o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, para um período em que os embarques, sazonalmente, são mais fracos.
"No mês de dezembro, o embarque diário foi de 211,6 mil toneladas e agora vem perdendo ritmo porque é normal e não tem Soja para ser embarcada. Já está tudo negociado e os estoques desta virada de ano comercial vão para o campo negativo, ja que se usa o produto da safra nova como se fosse da safra passada", explica Brandalizze.
E para todo o janeiro, com mais 15 dias úteis no mês, a expectativa é de que os embarques somem 2 milhões de toneladas. "Tudo aponta que poderemos ter janeiro com embarques fortes, mesmo que no acumulado do ano se espere menos para todo o complexo devido à quebra da safra. Além disso, a demanda interna que será maior este ano", completa o consultor.
Consultorias particulares e demais instituições esperam, de fato, que as exportações brasileiras de soja se mostrem mais equilibradas neste ano, na expectativa de que as relações comerciais entre China e Estados Unidos sejam reestabelecidas. Até este momento, porém, todas as informações conhecidas pelo mercado seguem no campo das especulações. O que limita os negócios tanto no Brasil, quanto nos Estados Unidos.
Ao mesmo tempo, as estimativas são de que as importações de soja da China, maior comprador mundial da commodity, também sejam menores neste ano comercial em decorrência de uma série de fatores combinados. Ainda assim, a demanda da nação asiática tem buscado retomar sua força.
O CNGOIC (Centro Nacional de Informações sobre Grãos e Oleaginosas da China) elevou sua estimativa para as importações de soja do país para 87 milhões de toneladas no ano comercial que se encerra em setembro próximo. Apesar de mais baixo do que no ano passado, o número cresceu 3 milhões de toneladas em relação à sua estimativa anterior.
Ainda como explica Brandalizze, as incertezas sobre a nova safra do Brasil também promovem uma retração dos negócios. Temerosos sobre seu potencial produtivo, as novas vendas por parte dos produtores acabam ficam limitadas, e os mesmos, diante da quebra, esperam por momentos de preços mais altos.
"Todos concordam que tem perdas, mas sobre o quanto ainda há dúvidas", diz o consultor. "Tudo aponta que a safra irá ser menor que no ano passado, e como dólar e Chicago recuaram, sumiram as ofertas e compradores tentavam levar com indicativos em queda, mas não levaram nada", conclui.
Fonte:
Notícias Agrícolas